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sábado, 6 de outubro de 2007

NOS 15 ANOS DA TV PRIVADA EM PORTUGAL ...

... A SIC TRANSFORMOU-SE
NUMA TELEVISÃO
DE CONVERSA FIADA (durante o dia)
E DE TELENOVELAS (à noite)


Ao entregar a SIC a alguém que se deslumbrou com o poder - recorde-se que Francisco Penim (na foto com Fátima Lopes hoje na «Parada da SIC») terminou o seu casamento «perfeito» com a jornalista Clara de Sousa poucos dias depois de tomar posse como Director de Programas da SIC - Pinto Balsemão viu a sua menina dos olhos reduzir-se a uma televisão de conversa fiada e de telenovelas... salva-se a SIC Notícias, o Online da SIC e e um ou outro programa nas SIC´s temáticas!

A SIC arrancou às 16.30 h do dia 6 de Outubro de 1992, inaugurando a era das estações privadas de televisão em Portugal. Muita coisa mudou no audiovisual desde esse momento com fortes influências, inclusive, na sociedade e na cultura portuguesas, mas o verdadeiro «arranque» do canal de Carnaxide deu-se com a «Chuva de Estrelas» de Catarina Furtado, «Casos de Polícia» de Carlos Narciso e «Ponto de Encontro» de Henrique Mendes, todos em 1994. Outros programas versáteis e apelativos - quer se gostasse ou não - como «Big Show SIC» ou «Surprise Show» contribuíram para que a SIC destronasse a velhinha e «copiona» RTP (nessa altura a RTP copiava os programas da SIC com resultados desastrosos) e guindasse no final dos anos 90 à liderança de audiências que chegaram a rondar os 50% de telespectadores.

Essa ascensão foi conseguida em grande parte por os responsáveis da SIC não olharem a meios para atingir os fins: a contra-programação tornou-se uma arma terrível nas mãos de Emídio Rangel (arma que virar-se-ia depois contra ele próprio), não havendo certezas de que quando se começava a ver um programa ele chegasse ao fim, inclusive noticiários; os programas atrasavam-se na grelha muitas vezes mais de 2 horas, era impossível acompanhar as alterações de última hora e se alguém queria gravar um filme ou outro programa o melhor era esquecer...

Na minha opinião, os telespectadores começaram a ficar fartos de tanta falta de respeito e à primeira hipótese de alternativa - Big Brother na TVI - mudaram-se de armas e bagagens para outra estação televisiva: em poucos anos a SIC desceu dos 50% de audiência para pouco mais de 20%.

Com o pânico instalado começaram as «chicotadas psicológicas» e - para mim o maior erro da SIC - o afastamento daqueles que tinham dado muito, ou quase tudo, para que a SIC fosse uma estação dinâmica, moderna e de referência: os melhores jornalistas da fundação da estação saíram quase todos, Catarina Furtado, João Baião, Guilherme Leite e Nuno Santos mudaram-se para a concorrência, Jorge Gabriel foi despedido na altura e Sílvia Alberto mais recentemente. Aliás, afastar as pessoas que vestem a camisola é uma das características das empresas de Balsemão, não se sabe bem porquê...

Há dois anos, Manuel Fonseca, o homem do cinema (e no fundo da programação) desde o início da SIC, foi compulsivamente afastado para dar lugar a Francisco Penim, o qual não só não recuperou um único ponto percentual nas audiências, como tem vindo a perder espaço televisivo. Conseguiu acabar definitivamente com Herman José passando-lhe o «Herman SIC» para altas horas da madrugada (onde não há audiências que resistam!) e propondo-lhe um programa de humor (Hora H), quando Herman é neste momento um profissional mais das entrevistas do que de humor propriamente dito - já que entretanto aparecerem novos valores nesta área!

É num ambiente de crise que a SIC festeja os seus 15 anos de emissões. E se muito lhe temos a agradecer por ter revolucionado a televisão em Portugal, neste momento é um canal perfeitamente dispensável, onde faltam a surpresa, a imaginação, a versatilidade e a diversidade!!!