O mais fácil - e também o mais difícil - é proibir a entrada de telemóveis nas aulas. Os papás desataram a comprar topos de gama para os filhos para estes «estarem sempre contactáveis» e não os aborrecerem muito. Substituíram o amor, o afecto, o tempo de convívio por ofertas de telemóveis e respectivo saldo.
Agora queixam-se das consequências.
Alunos adolescentes sem telemóveis na mochila ou no bolso ficarão num estado patológico de ansiedade e de vazio, não prestarão nenhuma atenção às aulas, só esperarão, em estado de nervos, pelo fim da aula, para ligarem o telemóvel e estarem contactáveis. Muitos namoros poderão desfazer-se até.
Proíbam e verão a percentagem de absentismo às aulas disparar.
Proíbam e verão as mentes ausentes dos alunos.
Proíbam e verão as idas à casa de banho crescerem.
Proíbam e verão ainda mais insucesso escolar.
O problema não está na proibição, está na «ideologia tecnológica» destes tempos. Eu e um dos meus netos de 9 anos contactamos diariamente pelo messenger na net, e ele pede-me para eu lhe passar contas. Farto-me de o ensinar através desse instrumento.
Tal como o messenger, o telemóvel também é um instrumento do homem.
Aparecerá alguém que consiga coadunar e integrar os serviços que o telemóvel pode prestar ao ensino numa aula?
Os jovens agradecem.

PROÍBAM OS TELEMÓVEIS NA A.R.!!!
Lembro-me dos primeiros «telemóveis-tijolo» e de quem os tinha: os empreiteiros e construtores civis. Exibiam-nos quando saíam dos Mercedes. Depois apareceram os motorolas «globtrotters» pretos cuja bateria durava 8 horas. Comprei um que me custou 110 contos há duas décadas. Ninguém tinha telemóvel. Quando o meu tocava eu escondia-me porque toda a gente olhava para mim com um «ar canibal».
Ainda antes de 2000 namorei por telemóvel, ele eram mensagens, toques, risonhos, ainda nada de imagens, mas o instrumento já permitia altas eroticidades entre namorados... e até orgasmos. Como os pais ainda não tinham entrado abertamente em cena, havia restrições «orçamentais» e assim dava-se um tok a horas combinadas para avisar os amigos q se estava ebm, e dois toks para pedir uma chamada de volta. Depois vieram as terceiras gerações, com o seu manancial de trocas de imagens, os pais abriram a mão - os filhos começavam a dominar em casa -.
Escolas? São apenas uma parte do problema.
Veja-se a Assembleia de República. Quem nunca pecou que atire a primeira pedra. Veja-se reuniões dos CA das empresas. Veja-se os restaurantes, os transportes públicos, os cinemas, os concertos, os hospitais. Ninguém, nunca desliga o telemóvel. Põe-no no slêncio, deixando o vibrador «on». O telemóvel é um objecto que nos costuma ser furtado na rua quando estamos a usá-lo. Fácil, tira-se com uma mão. Um dia veio numa maré viva uma onde gigante arrebatou-me o telemóvel. Mergulhei e recuperei-o, mas nunca mais fui o mesmo. Fiquei sem informação íntima que eu considerava vital para mim. Sobrevivi a custo. Mas que contradição a destes tempos! Um objecto que se pode pisar, deitar na sanita, é o nosso companheiro mais íntimo, tem todos os nossos segredos, é o fundo da nossa alma... mas tão volátil, como tudo agora.
A professora não compreendeu. Qd vi as imagens pensei tratar-se de uma disputa de namorados. A professora a querer descobrir algo que incriminasse a jovem. Parecia algo pessoal. Já vi cenas dessas entre raparigas pq a informação secreta da «traição» estava no telemóvel. Nunca tinha visto numa sala de aula.
Bem, o importante, para a jovem não é ser «reeducada», nem reprovar, nem ser admoestada. O importante foi a professora não ter profanado aquela parte mais profunda da sua alma. Para defendermos os nossos mais escondidos segredos, até por vezes sacrificamos a vida.
Proíbam os telemóveis na AR, nas reuniões dos Conselhos de Ministros, aos médicos nos consultórios médicos, etc., etc., etc. Dêem o exemplo aos jovens.
Agora queixam-se das consequências.
Alunos adolescentes sem telemóveis na mochila ou no bolso ficarão num estado patológico de ansiedade e de vazio, não prestarão nenhuma atenção às aulas, só esperarão, em estado de nervos, pelo fim da aula, para ligarem o telemóvel e estarem contactáveis. Muitos namoros poderão desfazer-se até.
Proíbam e verão a percentagem de absentismo às aulas disparar.
Proíbam e verão as mentes ausentes dos alunos.
Proíbam e verão as idas à casa de banho crescerem.
Proíbam e verão ainda mais insucesso escolar.
O problema não está na proibição, está na «ideologia tecnológica» destes tempos. Eu e um dos meus netos de 9 anos contactamos diariamente pelo messenger na net, e ele pede-me para eu lhe passar contas. Farto-me de o ensinar através desse instrumento.
Tal como o messenger, o telemóvel também é um instrumento do homem.
Aparecerá alguém que consiga coadunar e integrar os serviços que o telemóvel pode prestar ao ensino numa aula?
Os jovens agradecem.

PROÍBAM OS TELEMÓVEIS NA A.R.!!!
Lembro-me dos primeiros «telemóveis-tijolo» e de quem os tinha: os empreiteiros e construtores civis. Exibiam-nos quando saíam dos Mercedes. Depois apareceram os motorolas «globtrotters» pretos cuja bateria durava 8 horas. Comprei um que me custou 110 contos há duas décadas. Ninguém tinha telemóvel. Quando o meu tocava eu escondia-me porque toda a gente olhava para mim com um «ar canibal».
Ainda antes de 2000 namorei por telemóvel, ele eram mensagens, toques, risonhos, ainda nada de imagens, mas o instrumento já permitia altas eroticidades entre namorados... e até orgasmos. Como os pais ainda não tinham entrado abertamente em cena, havia restrições «orçamentais» e assim dava-se um tok a horas combinadas para avisar os amigos q se estava ebm, e dois toks para pedir uma chamada de volta. Depois vieram as terceiras gerações, com o seu manancial de trocas de imagens, os pais abriram a mão - os filhos começavam a dominar em casa -.
Escolas? São apenas uma parte do problema.
Veja-se a Assembleia de República. Quem nunca pecou que atire a primeira pedra. Veja-se reuniões dos CA das empresas. Veja-se os restaurantes, os transportes públicos, os cinemas, os concertos, os hospitais. Ninguém, nunca desliga o telemóvel. Põe-no no slêncio, deixando o vibrador «on». O telemóvel é um objecto que nos costuma ser furtado na rua quando estamos a usá-lo. Fácil, tira-se com uma mão. Um dia veio numa maré viva uma onde gigante arrebatou-me o telemóvel. Mergulhei e recuperei-o, mas nunca mais fui o mesmo. Fiquei sem informação íntima que eu considerava vital para mim. Sobrevivi a custo. Mas que contradição a destes tempos! Um objecto que se pode pisar, deitar na sanita, é o nosso companheiro mais íntimo, tem todos os nossos segredos, é o fundo da nossa alma... mas tão volátil, como tudo agora.
A professora não compreendeu. Qd vi as imagens pensei tratar-se de uma disputa de namorados. A professora a querer descobrir algo que incriminasse a jovem. Parecia algo pessoal. Já vi cenas dessas entre raparigas pq a informação secreta da «traição» estava no telemóvel. Nunca tinha visto numa sala de aula.
Bem, o importante, para a jovem não é ser «reeducada», nem reprovar, nem ser admoestada. O importante foi a professora não ter profanado aquela parte mais profunda da sua alma. Para defendermos os nossos mais escondidos segredos, até por vezes sacrificamos a vida.
Proíbam os telemóveis na AR, nas reuniões dos Conselhos de Ministros, aos médicos nos consultórios médicos, etc., etc., etc. Dêem o exemplo aos jovens.
(Texto do meu amigo Rui Ramos)