quinta-feira, 28 de agosto de 2008

CRIMINALIDADE VIOLENTA EM PORTUGAL JÁ ERA PREVISÍVEL HÁ MUITO!

Quando, há poucos dias, aconteceu algo inédito na televisão portuguesa, que foi uma morte em directo - por acaso de um criminoso, mas podia ter acabado de outra maneira! - pensei que a lição e o mediatismo da acção servissem de exemplo para outros criminosos moderarem a sua forma de agir... mas depois lembrei-me que os criminosos não vêem televisão... e o resultado disso é que os crimes violentos aumentaram de uma maneira exponencial nos dias seguintes e... ainda não diminuíram!

Numa estatística muito informal que fiz, constatei que apenas a medalha de ouro de Nelson Évora nos JO interrompeu o tema de abertura dos telejornais: nos outros dias, e de há 3 semanas para cá, de uma maneira ou de outra, foi sempre o crime violento que apareceu como principal notícia do dia. Acima destas coisas, os políticos deste país não pareceram muito preocupados com a escalada da violência, e muito menos interromperam as suas merecidíssimas férias para virem tratar de um assunto que apenas diz respeito ao povinho... até conseguem justificar a violência com o facto de nos outros países ser pior... portanto, não se passa nada de anormal: a morte de uma criança num carro utilizado num assalto, a morte de um ourives no seu local de trabalho, o rebentamento de uma carrinha de valores, os roubos das caixas multibanco dentro dos tribunais - aqui, o caricato da situação ainda é maior, parece gozo! - o importado carjacking, os assaltos diários a bancos e ctts, muitas vezes com reféns... bom, nada de especial, está tudo bem...

... Está tudo bem para quem assiste ao desenrolar dos acontecimentos sentado no seu sofá em frente ao televisor... porque isto dos crimes e das mortes violentas só atinge mesmo o próprio e as famílias das vítimas... o pior é que cada vez mais a roleta-russa pode calhar a qualquer um de nós!

Esta onda de crimes violentos em Portugal era mais do que previsível! O crime organizado descobriu em Portugal um paraíso para as sua práticas: fronteiras escancaradas, brandíssimos costumes - agora ainda mais brandos para os prevaricadores com as novas leis penais! -, uma justiça ao sabor do vento (um violador reincidente ficou esta semana sujeito a termo de identidade, uma mulher que roubou um telemóvel ficou em prisão preventiva!!!), um desinvestimento na segurança, vão conduzir Portugal a um estado de qualquer coisa menos de direito - embora haja quem advogue que toda esta situação acaba por dar que fazer a uma série de gente e empresas: advogados, seguradoras, empresas privadas de segurança... num país onde muitas vezes até parece que o malfeitor é quem trabalha e que a vítima não tinha nada que estar no local do crime...

Sabiam que se uma pessoa chegar às urgências de um hospital como vítima de um crime tem que preencher uma série de papéis e burocracias - se, entretanto, morrer já não precisa preencher nada, outros preencherão por ele... por isso, se um dia forem vítimas de assalto e precisarem de ir ao hospital digam que sofreram um acidente - isto é a sério!


segunda-feira, 25 de agosto de 2008

CHIADO - 20 ANOS DEPOIS DO INCÊNDIO!


Rua Nova do Almada, 2008

Passei no Chiado no dia anterior ao incêndio - como sempre fazia - e ontem, precisamente 20 anos depois voltei ao mesmo local, mas desta vez munido de máquina fotográfica e da minha nova lente «olho de peixe», que distorce as imagens - como vêem - mas dá uma panorâmica curiosa.

O Chiado anterior era mais intimista, este Chiado é mais modernista, está repleto de turistas e gente bonita, é com certeza o local mais «europeu» de Lisboa, uma cidade a precisar urgentemente de vários Chiados... mas que não tenham um incêndio como ponto de partida!

Rua do Carmo, 2008

Rua Garrett, 2008

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

JOGOS OLÍMPICOS DE PEQUIM E PERSONALIDADE DOS PORTUGUESES!

Impressionante a influência que a medalha de ouro de Nelson Évora tem nos mais novos: pelas praias do país é costume ver crianças a «ensaiarem» os seus primeiros saltos em comprimento... e é assim que se começa!


Sobre a participação dos atletas portugueses nos Jogos Olímpicos de Pequim tenho uma análise diferente daquela que tem sido divulgada pela Comunicação Social e assumida por muita gente. Para mim - e no geral - os atletas portugueses presentes em Pequim cumpriram e alguns até excederam aquilo que deles se esperava - houve 3 ou 4 decepções, é certo, que por acaso coincidiram com aqueles atletas de quem se esperava mais. E acuso a Comunicação Social de ser a principal responsável pela polémica e o desânimo que se instalou entre os portugueses, lá na China e aqui em Portugal.

E isto porque a Comunicação Social - em especial jornais desportivos e televisões - só se «lembra» destes atletas de 4 em 4 anos, quando há Jogos Olímpicos. Nesse interregno os atletas das modalidades ditas amadoras são completamente ignorados por uma Comunicação Social rendida apenas ao futebol... do dinheiro! Se se fizesse uma sondagem, ficaríamos a saber que a maioria dos portugueses nunca teria ouvido falar de 90% dos atletas portugueses presentes em Pequim.

A Comunicação Social portuguesa aproveitou de uma maneira vergonhosa o desaire e os desabafos «a quente» de alguns atletas portugueses nos Jogos Olímpicos de Pequim. E foi especialmente a Comunicação Social que ampliou esse desânimo quando deveria ter feito precisamente o contrário de modo a motivar os portugueses que ainda estavam em prova. O pior exemplo veio, inclusive, do próprio Presidente do Comité Olímpico Português, Vicente Moura, que se «demitiu» para depois - quando Nelson Évora ganhou a medalha de ouro - dar o dito por não dito e dizer que afinal pretende continuar em funções. Haja dignidade nestes actos públicos.

Por outro lado, e embora não seja psicólogo, entendo que a maioria dos falhanços dos atletas portugueses mais consagrados - e não só - teve muito a ver com as características da personalidade dos portugueses: a maioria destes atletas chega a uma competição deste género completamente desamparado em termos psicológicos. Em Portugal não há um trabalho de motivação para atletas de alta competição. Dá-se-lhes algumas oportunidades de atingirem os «mínimos» para estarem nestas competições e depois são «abandonados» ao desenrascanço... aliás, talvez a principal característica da personalidade das gentes portuguesas! E ao desenrascarem-se às vezes lá vão ganhando alguma coisa!

E quanto ao alheamento de políticos e governantes - e aproveitamento nas «vitórias» dos atletas - sé vem provar a falta de respeito destes senhores por quem contribui mais para a divulgação de Portugal que todos os políticos juntos!



segunda-feira, 18 de agosto de 2008

DE LISBOA A FARO... UMA IDA (desta vez) COM VOLTA!


Fui pouquíssimas vezes ao Algarve, e a maior parte delas em trabalho. A Faro tinha ido apenas uma vez... e já há 27 anos! Na altura fiquei com uma má impressão da capital do Algarve, e surgiu agora a oportunidade de lá voltar e, quiçá, modificar essa impressão:

A saída foi do Pragal, em Almada, num dos Intercidades que todos os dias ligam Lisboa ao sul por comboio. E logo à partida começou a «dança» das cadeiras - pessoas que têm o mesmo número de cadeira mas em carruagens diferentes. Eu ainda corri o risco de ser desalojado do meu lugar por uma inglesa bonita mas quem estava certo era eu... ainda se ela viesse sozinha, mas vinha com o namorado, fosse lá para a 2.ª classe... No entanto, ainda apanhei uma senhora a ser impelida pelo revisor a mudar de carruagem.


Depois de Setúbal o comboio rola até Alcácer com o rio Sado como fundo, bordejado pelos campos verdes de arroz e abençoado pelas cegonhas.




Mais para sul surgem problemas «graves» com as redes de telemóvel: os jovens desesperam, quase colocam os aparelhos no tecto a ver se «apanham» qualquer coisa... como a miúda na foto com as unhas pintadas com bolinhas de várias cores!


As paisagens alentejana e algarvia em grande parte confundem-se: aqui o caminho da direita é Alentejo, o da esquerda Algarve. Agora descubram as diferenças...

O cruzamento de comboios - porque o trajecto é de via única - é um martírio e é aqui que residem os atrasos mais acentuados: de qualquer forma ir de Lisboa ao Algarve em pouco mais de três horas é hoje um privilégio - com a vantagem que se pode ler, dormir, ouvir música com os fones, ir à WC ou meter conversa com a vizinha do lado...

E finalmente a capital algarvia! O tempo e as poucas voltas que dei em Faro não foram suficientes para eu alterar a má impressão com que fiquei da cidade no princípio dos anos 80 por isso só tenho uma solução: voltar lá um dia destes! Alguém quer vir comigo?

CARLOS PAIÃO... 20 ANOS DEPOIS!

Parece que nem as rádios, nem as televisões nem os jornais se lembraram dos 20 anos da morte do Carlos Paião. É o país que temos, tudo o que vem de fora é bom e é lembrado e relembrado; o que vem de dentro - e ainda para mais relacionado com música portuguesa - é uma «chatice»!

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

E PARA DESCONTRAIR EM ALTURA DE FÉRIAS...

... DIREI QUE OS MEUS TÉNIS NOVOS VIERAM COM DOIS PARES DE ATACADORES DE DUAS CORES... ENTÃO, VOU CAMINHAR 2 OU 3 DIAS E... JÁ VOLTO!!! ATÉ JÁ!!!

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

UM POUCO SOBRE OS MEUS OUTROS BLOGUES...

Iniciei há pouco tempo novos blogues e nunca dei nenhuma explicação sobre o objectivo deles. Começando pelo blog de texto o UMA HISTÓRIA POR DIA (clicar) é um blog onde eu vou tentar continuar a postar uma história por dia - eu sei, já falhei uma ou outra vez, mas espero que não se repita! - histórias essas que não obedecem a nenhum fio condutor, à excepção de um ou outro tema que se imponha em determinado dia. As histórias são curtas e em princípio com um fim inesperado - partem muitas vezes (ou quase sempre) de situações da vida real mas o final é sempre... ficção (poderá haver algumas excepções mas isso é segredo!). Espero que gostem!


O IN-DISCRETO (clicar) é um blog de fotografia (e por vezes algum texto) de «apanhados» que faço de situações menos ortodoxas, sem com isso querer melindrar os retratados, até porque quase sempre os «apanho» de costas ou nalguma situação em que não é visível o rosto - são fotos únicas, feitas em momentos diversos, e que para mim funcionam como exercícios de fotografia que eu gosto de partilhar convosco - obviamente, os retratados são sempre pessoas que eu não conheço! Espero que gostem!


O UMA FOTOGRAFIA POR DIA (clicar) é uma proposta que fiz a mim mesmo de publicar uma foto por dia sem ter que obedecer a um tema - em princípio o meu objectivo era mesmo aproveitar uma das centenas de fotos que faço todos os dias de diversas situações, e com algumas cedências, é o que vou fazendo - ou tentando fazer! Espero que gostem, e este blog está aberto a parcerias!


O TRANSVERSALEX clicar) funciona como blog de apoio ao Fundamentalidades e serve sobretudo para publicar fotos de reportagens que faço de modo a não sobrecarregar de fotos o meu blog principal - aqui uma das imagens da reportagem que publiquei na Revista da Casa do Alentejo!

E... para terminar... vou revelar... bem, por enquanto vou só adiantar que nos próximos tempos é capaz de haver mais qualquer coisa de novo... a pensar nos que me visitam, me lêem e me comentam! Obrigado a todos vocês, o que me motiva é o facto de estarem aí e posso adiantar que o Fundamentalidades tem audiências que eu nunca imaginei! Obrigado!!!

sábado, 2 de agosto de 2008

«MEU QUERIDO MÊS DE AGOSTO»

A música que está a tocar tem uma razão de ser: tem literalmente a ver com este post. É sabido que o Agosto é um mês diferente para grande parte dos portugueses, é o mês em que as empresas e os organismos concedem uns dias aos seus funcionários. O país pára em Agosto. As portagens da ponte 25 de Abril são suspensas em prol do lazer, coisa que nenhum país faria com certeza - talvez o fizessem em prol do trabalho...

Mas este é um país onde se «produz mais» não trabalhando, «produz-se mais» consumindo! Hoje o mês de Agosto não me diz nada de especial, mas em anos passados foi um mês mágico, era o mês por que eu, as minhas irmãs e os meus primos ansiávamos pois com Agosto vinham os meus tios e os meus primos de França. E eles traziam sempre magias que por cá não havia...

Agosto era mesmo mágico: o mês das festas, da música pimba que ainda não era pimba, das passeatas, das famílias, da melancia, do melão, das uvas, dos pêssegos, dos refrigerantes, dos gelados; o mês dos calções, da praia, das noitadas e muitas vezes dos... namoros! Como recordo aquelas noites quentes de Agosto quando a família se reunia debaixo dos alpendres a debitar conversa, a petiscar e a bebericar... só pelo prazer de estarem juntos...

Não se falava dos carros, nem dos centros comerciais, nem dos telemóveis (que não havia), nem dos LCDs, nem dos mp3, nem das roupas de marca... as conversas fluíam naturalmente sobre os projectos para o futuro... sem stresses!

E o mês de Agosto «durava» três semanas (era o tempo das férias do tio de França)! Mas eram três semanas intensas: ia-se à terra, havia sempre um casamento ou um baptizado nesse mês, reencontravam-se familiares que não se via há um ano... Hoje, tudo mudou: o tio de França passa cá metade do ano, já não é novidade encontrá-lo em Agosto, os primos de França só cá vêm de dois em dois anos, e agora trazem o seus próprios filhos... Agosto já não é Agosto, já não cheira a aventura... Agosto agora é um mês vulgar, chato, onde as pessoas parecem formigas sem carreiro...

Onde estão vocês, meus amigos de Agosto? Onde estás, Gina? E tu, Eugénia, há mais de 30 anos que não te vejo nem sei de ti? E o João, que é feito do João? E a Irene, e o Paulo, e o Manel -. que belas comezainas à conta das Doce e das Cocktail, hein? Onde estão vocês, meus amigos? O tempo levou-mos... já não gosto do mês de Agosto... abomino-o!!!