domingo, 28 de setembro de 2008

UMA FESTA ESPECIAL E UMA DEDICATÓRIA À SOFIA LISBOA!

A Sofia Lisboa (clicar) ofereceu-me um post/poema no seu blog. Uma excelente altura para eu parar um pouco e fazer um «balanço» sobre tudo o que de bom os blogues me trouxeram, desde há dois anos e meio para cá... Obrigado, Sofia! E obrigado a todos quanto se cruzaram e se cruzam na blogosfera comigo! No fundo, as minhas amizades estão praticamente «reduzidas» à blogosfera... e ainda bem, digo eu!

Desde que o meu grande amigo Paulo foi para o Brasil atrás de um grande amor - e para além das relações familiares, de vizinhança e de trabalho - o Pedro Barroso é praticamente a única pessoa com quem me relaciono fora dos blogues ou fora da net. Não tem nada demais: acho que os blogues - e não os chats nem o hi5 - servem para juntar as pessoas que têm interesses comuns. E é assim que tenho feito novas amizades e conhecido pessoas... mas pessoas verdadeiras!

Amigos virtuais - desdenharão alguns, eu sei! - mas posso garantir que as amizades que começam virtualmente são mais duradouras e, quiçá, mais completas que as outras amizades! É que podemos não ter o corpo do amigo/a perto de nós mas temos com certeza a Alma deles!


Pedro Barroso foi o anfitrião de uma festa muito especial no Sábado passado. Estive lá a testemunhar mais uma vez que a voz é tão imponente como o corpo e como a alma... e daqui a uns dias aí estará novo disco do melhor trovador dos tempos modernos!

BONITA é uma das composições mais... bonitas do Pedro Barroso (é impossível escolher a mais bonita!).
Aqui fica a letra para todas as pessoas BONITAS que estão aí desse lado:


Primeiro foram as mãos que me disseram
que ali havia gente de verdade
depois fugi-te pelo corpo acima
medi-te na boca a intensidade
senti que ali dentro havia um tigre
naquele repouso havia movimento
olhei-te e no sol havia pedras
parámos ambos como se parasse o tempo
parámos ambos como se parasse o tempo

é tão dificil encontrar pessoas assim bonitas
é tão dificil encontrar pessoas assim bonitas

atrevi-me a mergulhar nos teus cabelos
respirando o espanto que me deras
ali havia força havia fogo
havia a memória que aprenderas
senti no corpo todo um arrepio
senti nas veias um fogo esquecido
percebemos num minuto a vida toda
sem nada te dizer ficaste ali comigo
sem nada te dizer ficaste ali comigo

é tão dificil encontrar pessoas assim bonitas
é tão dificil encontrar pessoas assim bonitas

falavas de projectos e futuro
de coisas banais frivolidades
mas quando me sorriste parou tudo
problemas do mundo enormidades
senti que um rio parava e o nevoeiro
vestia nos teus dedos capa e espada
queria tanto que um olhar bastasse
e não fosse no fundo preciso
queria tanto que um olhar bastasse
e não fosse preciso dizer nada

é tão dificil encontrar pessoas assim bonitas
é tão dificil encontrar pessoas assim pessoas


sexta-feira, 26 de setembro de 2008

O MAGALHÃES, A NET, AS CRIANÇAS... E OS ADULTOS!

Quem tiver olho para o negócio e perceber um pouco de computadores tem uma grande oportunidade de montar negócio perto das escolas. Basta um cubículo, não é preciso muito espaço! E isto porque vão ser milhares os computadores (em especial os «Magalhães») que vão precisar de assistência, formatações desbloqueamentos...

Voltando um pouco atrás, é sabido que já começou a distribuição dos portáteis de «tecnologia portuguesa» (não são mais que um produto da Intel com algumas nouances pelo meio, como o facto de serem fabricados no oriente e virem apetrechados com o Linux) - denominados Magalhães - aos alunos das escolas primárias (agora do ensino básico ou 1.º ciclo), extensíveis também a alunos de anos mais avançados - estes já tinham outras opções também. O contrato inclui um computador a preços simbólicos e uma ligação à Internet com a duração mínima de 36 meses.

É realmente uma revolução enorme no ensino em Portugal: as crianças passarão a levar não só a lancheira com o lanche para a escola como também um portátil azul que já vem com umas pegas e tudo! Já estão prometidos portáteis com outras cores, nomeadamente vermelhos e verdes, para contentar todos!

Os computadores vêm bloqueados para impedir acesso a sites manhosos, e aí é que entra o «negócio»: haverá muito paizinho que quererá utilizar o portátil do filho, este se calhar com mais apetência para brincar do que estudar pelo computador - e é aqui que entram aqueles que sabem desbloquear estas coisas - que não eu, que sei ligar e desligar no power e pouco mais. Por outro lado, estes aparelhos nas mãos de crianças tão pequenas vão muitas vezes estar sujeitos a tratos menos adequados e menos recomendáveis - e é aqui que entram também aqueles que sabem reparar estes aparelhos.

A revolução é enorme, sem dúvida! A língua portuguesa vai sofrer com isso com certeza, pois se as crianças já escrevem pouco à mão, a partir de agora ainda menos vão escrever. Mas são os sinais dos tempos... há que saber teclar! Resta saber se os pequenos-almoços que muitas crianças (não) tomam em casa lhes dá força para carregarem com os portáteis...

(continua)

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

BANCOS, JOÃO SALGUEIRO, FAMÍLIAS E ENDIVIDAMENTO

Um dos assuntos do dia de hoje foi a subida da taxa de juro (com o consequente endividamento das famílias portuguesas) e as acusações de João Salgueiro, Presidente da Associação de Bancos Portugueses, que afirmou, entre outras coisas, que os culpados pelo endividamento são as próprias pessoas que contraem empréstimos sem fazer contas à vida e que, por exemplo, as pessoas sõ deveriam trocar de carro quando este estivesse no limite...

Pois é, tenho a certeza que João Salgueiro nunca foi assediado pelos Bancos para que contraísse empréstimos para isto e para aquilo, nunca recebeu no seu correio panfletos e cartas de Bancos prometendo mundos e fundos em troca de um empréstimo, nunca teve mensagens no seu telemóvel «oferecendo» dinheiro à distância de um clic...

João Salgueiro - de quem eu sempre uma boa impressão até agora! - não precisa de contrair empréstimos - e consequentemente dívidas! Felizmente para ele! Pertence a um sector de privilegiados que não faz a mínima ideia - nem se deve esforçar para isso - do que é o aumento de 1% na taxa Euribor, por exemplo, e a influência negativa que isso tem na maior parte das famílias portuguesas. Felizmente para ele! Que não precisa de fazer contas à vida... ao contrário da maioria dos seus concidadãos que vivem cada vez mais sufocados pelas entidades bancárias de que ele próprio é a «cara»!

No entanto, João Salgueiro respira da mesma maneira que todos nós que temos dívidas... alimenta-se da mesma maneira que todos nós que temos dívidas... tem dores de barriga e vai à casa-de-banho como todos nós que temos dívidas... a única diferença é que não precisa de fazer contas à vida... como todos nós que temos dívidas! Felizmente para ele!

terça-feira, 23 de setembro de 2008

A TRETA LISBOETA DA SEMANA EUROPEIA DA MOBILIDADE

Andei ontem por Lisboa à procura de símbolos da apregoada Semana Europeia da Mobilidade e a pensar que ia fazer grandes fotos. Afinal, não encontrei quase nada, a não ser uma carrinha com uns papéis colados com fita cola grossa, uma ou outra rua aberta só aos transportes públicos e àqueles que sabiam dar à volta aos polícias, e alguns postos de aluguer de bicicletas e pequenos veículos eléctricos praticamente sem clientes! (ver foto)

Não me admirei do cenário. E lembrei-me da hipocrisia deste Dia Europeu Sem Carros! Então, se temos um Estado que vive dos impostos sobre os combustíveis e uma Câmara (a de Lisboa) que vive em grande parte dos automobilistas (estacionamentos mais multas!), querem-nos fazer acreditar que é fundamental não levar o carro para dentro da cidade?

Desculpem-me os (alguns) senhores políticos mas aqui deve haver um grande equívoco. Sei de um político que a primeira coisa que fazia quando chegava ao seu gabinete era saber como estava o trânsito! Mas, atenção, não era para fugir a ele (trânsito) - para isso tinha batedores - era para poder ter uma noção da maior ou menor entrada de divisas para o seu ministério!

Ah, mas «os transportes públicos estão melhores que há uns anos atrás», dirão alguns! Pois é, podem estar melhores mas o que ninguém controla são as empresas que mudam de local a seu bel-prazer, levando consigo os funcionários (que não têm outra alternativa) para locais onde os transportes públicos são uma miragem ou são tão escassos que é impensável a eles recorrer!

Depois, os passes sociais - tal como estão desde Março de 1976 - são a maior aberração já vista: então, quem trabalha mais longe, que perde mais tempo para chegar ao trabalho, que tem mais dificuldade para dar assistência à família, que tem maior desgaste, tem que pagar mais? Um absurdo, tanto mais, que quem vive mais longe é porque não tem hipótese de viver mais perto da capital, são as pessoas com muito menores rendimentos! A continuar assim o cenário da (i) mobilidade não falta muito para que tenhamos que pagar para... trabalhar! Acho que alguns até já o fazem!!!

Terreiro do Paço no dia 22 de Setembro de 2008 - Aluguer de bicicletas e pequenos veículos eléctricos sem clientes: o lisboeta está pouco interessado nestas coisas, as pessoas querem é chegar o mais rápido possível aos seus empregos e sair deles a correr para poderem chegar a casa a tempo de conseguirem fazer o jantar e - se possível - jantarem com a família...

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

ADEUS VERÃO, OLÁ OUTONO!!!

Gosto do Outono! Sempre gostei do Outono! Não sei se é por fazer anos no Outono - agora já não ligo muito a isso - mas nos Outonos da minha vida têm acontecido coisas boas! E outras menos boas, é verdade! E outras assim-assim! Mas pronto! As coisas boas têm superado as outras! Gosto do Outono e pronto!

É bom continuar a andar de manga curta mas não estar sujeito ao calor sufocante do Verão! É bom ir à praia no Outono, ah, isso é das melhores coisas: a água está mais quente - pelo menos nos primeiros dias de Outono - a areia mais limpa e, o melhor de tudo, há pouquíssima gente na praia.

Outono era também o regresso à escola - há uns anos entrava-se na escola no Outono e não no fim do Verão - e significava recomeço para uma série de coisas: reencontrar e conhecer novos amigos, por exemplo!

E as cores do Outono? São as que gosto mais: o jogo do ocre, amarelos, castanhos, verdes-secos... gosto mesmo do Outono! E hoje é o primeiro dia de Outono e - especialmente, como diz o Sérgio Godinho - o primeiro dia do resto das nossas vidas! Aproveitemo-lo!!!

Imagem do Alqueva em pleno Outono do ano passado

domingo, 21 de setembro de 2008

DIA DO DOENTE COM ALZHEIMER

A doença de Alzheimer é uma forma degenerativa de demência e caracteriza-se pela perda de memória. A evolução da doença de Alzheimer é muito lenta, pelo menos no princípio. Bom, isto quase todos nós sabemos. O pior é ter mesmo que lidar e assistir à degeneração de uma pessoa com este problema, pior ainda quando - e geralmente é assim - são familiares próximos e queridos.

Até hoje só tive o caso de um familiar próximo com este problema e foi muito doloroso acompanhar toda a evolução da doença, que nem sequer demorou muitos anos. No fim, nunca se percebeu bem se o problema era mesmo Alzheimer - para mim não era, mas os médicos é que sabem! - ou se era a mistura de vários problemas e várias degenerações.

Mas, com casos próximos ou não, nenhum de nós estará a salvo de passar por momentos de angústia relacionados com esta doença. E isto porque dos cerca de 60 mil doentes de Alzheimer em Portugal - serão muito mais, porventura, mas os sintomas também são difíceis de caracterizar - com o envelhecimento acelerado da população em Portugal e a influência de maus hábitos de vida das pessoas, os doentes de Alzheimer vão aumentar exponencialmente. E é bom estarmos preparados para isso e fazer alguma prevenção, pois os primeiros sintomas começam cada vez mais cedo.

Às vezes brincamos com estas coisas mas tudo isto é muito sério! Aqui fica a minha pequena homenagem a doentes de Alzheimer e em especial às suas famílias!

terça-feira, 16 de setembro de 2008

UMA NOVA FORMA DE TRABALHO INFANTIL!

Não sei quem engendra as reformas curriculares escolares mas a verdade é que há anos lectivos em que os alunos não têm sequer tempo para respirar, tal a carga horária a que são sujeitos. Um dos casos mais gritantes é o 7.º ano de escolaridade: eles têm 15 disciplinas, 15 professores (ou só um pouco menos porque alguns acumulam certas disciplinas), 36 tempos lectivos (a que acrescem as aulas de recuperação e as actividades extra-curriculares) e os alunos têm só... 11, 12 ou 13 anos!

Não admira por isso que o 7.º ano de escolaridade seja o ano em que há mais probabilidades de chumbos... e se os alunos não chumbarem neste ano chumbarão num dos seguintes, muito provavelmente... ou então, passam (porque as estatísticas para a União Europeia são «muito importantes») muito mal preparados.

Algumas das crianças - muitas vezes por opção dos pais - fora da escola ainda frequentam actividades como natação, ginástica, karaté, futebol, dança, música, etc.

Pergunto eu e perguntarão alguns de vocês: e onde está o tempo para eles brincarem, para lerem, ou sequer para pensarem? Não há, claro! Com tal horário a full-time quem é que - ainda mais para crianças - tem pachorra e motivação para se dedicar a outra coisa qualquer? É mais fácil ir para o Messenger ou ver os «Morangos» porque para estas coisas não é preciso pensar muito...

Quando se fala em trabalho infantil dever-se-ia levar também em linha de conta que a escola é o trabalho das crianças, sobrecarregá-las é um erro muito grande... por isso temos os jovens e os adultos que temos: muitos deles já se encharcam em anti-depressivos e outros comprimidos aos 20 e poucos anos...

Para mim, acho que o ensino nestas idades devia ser mais ligeiro e funcionar mais por trabalhos individuais e de grupo. Devia ser dada primazia às actividades do dia-a-dia e menos importância aos «orgãos sexuais das plantas» (isso aprenderiam os que seguissem biologia). O Ensino deveria funcionar na base de tópicos, que os alunos desenvolveriam consoante o seu interesse e motivação (está tudo na internet) e em especial na base da criatividade!


segunda-feira, 15 de setembro de 2008

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

SE FOR ASSALTADO... PARA O SEU BEM, NÃO APRESENTE QUEIXA...

Então, passemos aos fundamentos:

Fundamento 1
- Um indivíduo entrou numa esquadra de polícia, sacou de uma arma e disparou 5 tiros, 3 dos quais atingiram outro indivíduo com quem ele tivera um desaguizado momentos antes: uma agente - correndo grandes riscos - conseguiu deter o agressor já fora da esquadra, alguns metros mais adiante. Presente ao juiz - e pela letra da nova lei -,o criminoso ficou livre e apenas sujeito a termos de identidade com apresentações diárias na - caricatamente, imagine-se! - mesma esquadra onde se desenrolou toda a cena que os argumentistas do CSI vão decerto aproveitar para a série. Resultado: o atingido está entre a vida e a morte (mais para o lado da morte), e o agressor pode tomar café tranquilamente todos os dias, ir ao cinema (duvido que vá, mas pronto!) e ver as miúdas em Portimão, além, de outras coisas que só uma pessoa em liberdade pode fazer - SEM COMENTÁRIOS!

Fundamento 2 - Um jovem de 19 anos ocupou 7 carros de polícia e destruíu um deles numa perseguição por mais de 100 km nas estradas, ruas e ruelas dos concelhos de Moita, Montijo, Barreiro e Palmela. Nessa «corrida» ainda tentou atropelar pessoas nas passadeiras e alguns agentes da autoridade... o cenário nem ficava completo sem estes pormenores! Envolvido esteve o dinheiro de todos os contribuintes pois os agentes fizeram horas extraordinárias e os carros só andam se levarem gasóleo, entre outras coisas. Resultado: presente ao juiz - e pela letra da nova lei -, o jovem saíu em liberdade - SEM COMENTÁRIOS!

Fundamento 3 (este não veio nos jornais nem passou na TV): a proprietária de uma pastelaria foi asssaltada uma noite quando fechava a loja por um grupo de indivíduos e - mesmo não oferecendo resistência - foi agredida violentamente de tal modo que passou mais de uma semana no hospital. Quando regressou e apresentou queixa, os indivíduos acabaram por ser identificados e detidos... por pouco tempo, pois o juiz - com base na letra da nova lei - mandou-os em «paz». Resultado: os agressores já voltaram ao estabelecimento, ameaçaram a proprietária a tal ponto que ela teve que fechar a pastelaria por tempo indeterminado - SEM COMENTÁRIOS!

Fundamento 4 (também não veio nos jornais, acho eu!): uma papelaria, especializada em livros escolares, foi assaltada a horas «normais», tendo o assalto sido estendido a todos os clientes que se encontravam no estabelecimento na altura. Antes de se retirarem, os agressores deixaram bem claro que «ai daquele que fizer queixa!»... e parece que ninguém apresentou queixa! - SEM COMENTÁRIOS!

E muitos mais fundamentos poderiam ser acrescentados... este é o estado em que transformaram este país «à beira-crime plantado» e «de brandíssimos costumes». Nunca a máxima de «o crime compensa» se aplicou tão bem...

(as montagens dos «crimes» foram feitas pelo HENRIKOSSAUROS e pelo DUARTARANHA em exclusivo para o FUNDAMENTALIDADES - e não faltam as armas, os reféns e a mota à porta do Banco para os bandidos fugirem)


segunda-feira, 8 de setembro de 2008

DIA INTERNACIONAL DOS JORNALISTAS

Ninguém deu por isso mas hoje foi o «Dia Internacional dos Jornalistas»! Jornalistas que hoje já são seres «comuns», pessoas iguais a toda a gente - a única diferença que resta é que aparecem todos os dias na televisão e escrevem nos jornais... porque os deixam escrever e aparecer.

Em 1986 eu e um grupo de colegas visitámos os estúdios da RTP e assistimos em directo na régie à produção e à apresentação do telejornal, quando a televisão pública ainda emitia sem concorrência. O Carlos Fino era, então, o apresentador de serviço de um telejornal muito diferente daqueles que nós assistimos agora nos vários canais que, entretanto, apareceram.

... Hoje, alguns dos meus colegas que visitaram a RTP nesse dia são directores e editores de jornais, revistas, rádios e televisões. O jornalismo mudou muito e penso que os anos 90 foram mesmo a década de ouro do jornalismo - curiosamente, com a entrada do novo século, os interesses políticos e económicos voltaram a falar mais alto e hoje as televisões, em especial, voltam a seguir a agenda política dos governantes e afins... com algumas diferenças, é certo: hoje podem-se apresentar diversos pontos de vista e dantes não. Mas, na prática vai tudo dar no mesmo!

O que não mudou mesmo nada - ou se mudou foi para pior - é que (e vou revelar aqui) o jornalista não gosta nada, mas mesmo nada, nadinha, fica piurso, fulo, até se afasta de... quem lhe dá uma sugestão para um tema ou lhe revela algo que ele acha que deveria ter sido ele a descobrir... Se for amigo ou conhecido então ainda pior!

Por isso se algum dia tiverem uma boa ideia de um tema para sugerir a um jornalista, transmitam-na primeiro ao estafeta ou à senhora da limpeza e peçam-lhes que sejam eles a comunicar ao jornalista. E, sobretudo, nunca digam que foram vocês que tiveram a ideia porque aí - nem que o tema seja «o fim do mundo vai chegar amanhã» - o jornalista nunca pegará na sua sugestão... quer dizer, há excepções... a mim podem sugerir o que quiserem: agora não posso publicar num jornal ou revista, mas este blog é um espaço vosso também!!!

domingo, 7 de setembro de 2008

LIVROS ESCOLARES E REGRESSO ÀS AULAS


d) Garantir a todos os cidadãos, segundo as suas capacidades, o acesso aos graus mais elevados do ensino, da investigação científica e da criação artística;

e) Estabelecer progressivamente a gratuitidade de todos os graus de ensino;

Não acreditem no que está escrito aí em cima. São duas alíneas de um artigo da Constituição da República Portuguesa mas nunca foram cumpridas... Nem são para cumprir...

Em breve a Ministra da Educação virá à TV - rodeada pelos seus inúmeros «professores assessores» - dizer que o ano lectivo começou da melhor maneira... é claro que não vai referir-se aos milhares de professores que ficarão no desemprego, nem nos que ficarão colocados longe das famílias e, principalmente, não falará da desmotivação que grassa por entre a classe docente de há uns anos a esta parte. Verdadeiros heróis dos tempos modernos, os professores de todos os graus de ensino - mas em especial dos mais baixos - têm sido vítimas de uma falta de política coerente, consistente e consciente desde há 30 e poucos anos para cá.

Infelizmente o maior falhanço da democracia portuguesa deu-se na Educação, exactamente numa área onde não podia falhar. E, ao tentar resolver numa legislatura aquilo que nunca foi resolvido em 30 anos, é impossível que as reformas - claramente necessárias, evidentemente! - surtam os efeitos desejados pelo poder político: reconstruir uma casa sem a opinião e a participação de quem habita essa casa é tarefa impossível e, sobretudo, injusta!

Antigamente os professores eram respeitados, quase venerados, hoje os professores são vilipendiados, insultados, humilhados, ameaçados, desmotivados... e parece que pouco ou nada vai mudar nos próximos tempos. Será que nos últimos 30 anos ninguém percebeu que era na Educação que residia o futuro de um povo? É que - não é difícil de perceber isso! - cidadãos mais cultos são também - em princípio - cidadãos mais atentos, mais conscientes, mais informados, mais inteligentes!

Há que reconhecer, contudo, que algumas coisas mudaram para melhor nos últimos anos, mas penso que era possível terem mudado muito mais coisas: o investimento nas crianças, no seu conforto, na sua segurança, na sua motivação e no seu interesse nunca será demais!

Quanto ao ensino gratuito, desculpem lá senhores políticos, mas não estamos no Carnaval nem no Dia das Mentiras...

Eu já paguei parte da factura (como se vê pela foto)... outras facturas virão já, já a seguir... é que é já a seguir!!!

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

AS ELEIÇÕES EM ANGOLA E A SUA INFLUÊNCIA EM PORTUGAL!

Sobre Angola lembro-me de - na escola primária - ter que aprender o nome das cidades, das províncias, dos rios, das linhas férreas... depois lembro-me de uma publicação onde vinha uma fotografia de um tio meu - felizmente ainda vivo, mas com traumas da guerra - a acender um cigarro vestido com fato da tropa. Nessa publicação vinha uma extensa lista de nomes, os quais a minha mãe disse serem soldados que tinham morrido na guerra de Angola...

Um dia - nos anos 60 - um soldado que tinha sobrevivido à guerra de Angola pediu às mulheres que estavam às varandas a conversar (as mulheres nessa altura estavam quase todas em casa) se alguma delas tinha tranças que lhe pudessem dar para ele pagar a promessa de que regressaria vivo da guerra... uma das mulheres foi buscar umas tranças grossas e compridas que guardava há mais de 10 anos e deu-lhas... essa mulher era a minha mãe - até hoje nunca percebi a coragem que ela teve em dar o seu cabelo a um desconhecido... mais tarde, ouvi-a chorar muito, deveria ter sido por isso!

Lembro-me ainda de ouvir o meu pai e o meu avô combinarem qualquer coisa como «o que fariam comigo daí a uns anos...» para me livrarem da guerra! Entretanto, Salazar morreu, ouvi gritar «Angola é nossa», houve uma qualquer crise do petróleo em 1973, Angola cresceu nesse ano 25%, e no ano seguinte continuou a falar-se de Angola mas por outros motivos...

Em 1976 vieram morar para a casa ao lado da dos meus pais um casal vindo de Angola: tinham fugido de Cabinda, ele era - e é, ainda lá estão! - branco, ela mulata. Na escola, por esses anos, muitos colegas meus eram oriundos das antigas colónias de Portugal e em Setembro de 1978 conheci um grupo de pessoas «retornadas» do melhor que havia na altura.

Entretanto, a guerra continuou em Angola com contornos muito mais dramáticos que os da guerra colonial. Em 1992 «houve» as primeiras eleições que acabaram numa carnificina difícil de descrever e compreender. De 1998 a 2007 trabalhei com um «angolano» que me ensinou muita da filosofia que está na base daquele país. Já no novo século o filho de 14 anos de uma colega minha foi assassinado quando o pai o levou para uma caçada no meio da selva... alguns meses depois, Savimbi era capturado e assassinado... a paz - ou um pedacinho de paz - chegou a Angola e, como se previa, o país começou a crescer economicamente a um ritmo que fará de Angola, com certeza, nos próximos anos um dos países mais poderosos de África...

... E com a colaboração dos portugueses: há uma cumplicidade entre Portugal e Angola que nem as más políticas e os maus políticos poderão apagar... Veja-se só como se festejam em Angola os desempenhos da Selecção portuguesa de futebol e dos principais clubes, em especial o Benfica e o FCPorto (de quem Eduardo dos Santos é acérrimo adepto).

Força, Angola! Que as eleições de hoje sejam só mais um passo no caminho da grandeza e da ... PAZ!!!




segunda-feira, 1 de setembro de 2008

VOLTEI AO CINEMA... UM ANO E 45 DIAS DEPOIS!

Fiz as pazes com o cinema! Um ano e 45 dias depois de ter ido ao cinema pela última vez: na altura fui ver um filme que mudaria a minha vida radicalmente. Não pelo enredo, não pelos actores (tinha uma Michelle Pfeiffer vulgaríssima) mas porque há coisas que acontecem quando menos se espera.

Pois bem, depois desse filme prometi a mim próprio que nunca mais voltaria ao cinema... a vacina durou o tal ano e pouco que referi... mas este era um filme completamente diferente - de aventuras - os acompanhantes diferentes e o objectivo de ir ao cinema... diferente! A única coincidência é que ambos tinham por protagonistas loiras: Pfeiffer no outro, Anita Briem neste!

Pronto, agora que já falei de coisas pessoais vou falar um pouco do filme: nada de especial, um filme para não ficar na história, de consumo imediato, para fazer muito dinheiro em pouquíssimo tempo (um orçamento minúsculo de 45 milhões de dólares para receitas estrondosas, com certeza), e é pena pois ter como base uma história de Julio Verne deveria ser motivo suficiente para uma aposta dos produtores. Mas não: o filme tem apenas três protagonistas (um deles, o mesmo da «Múmia», Brendan Fraser, os outros desconhecidos), muitos efeitos especiais mas cenas pouco ou nada trabalhadas, ao jeito dos «Indiana Jones», mas muito mais fracas.

Um filme perfeito para fim de férias, até porque a maioria dos assistentes eram jovens cheios de vícios de ócio... e carregados de pipocas!

E vocês, têm ido ao cinema ou
tiraram férias do grande ecrã agora no Verão?