«António entrou na mercearia do Zé, como tantas vezes fazia. Tinha 60 anos, vivia sozinho e nesse dia nem precisava de muita coisa: escolhia uns limões quando uma carrinha parou em frente à porta e de lá saíram dois indivíduos apressados... Numa fracção de segundo dirigiram-se ao António, agarraram-no, manietaram-no, arrastaram-no para o pequeno hall da entrada onde o espancaram e agrediram-no violentamente. Não satisfeitos, ainda o atiraram contra um muro desfigurando-lhe a cara. Em seguida, deixaram-no prostrado no chão e voltaram a correr para dentro da viatura antes que alguma das pessoas presentes pudesse reagir...»
Este episódio foi real e passou-se na semana passada numa mercearia num recatado bairro nos arredores de Lisboa. António teve que ser levado ao hospital onde levou vários pontos na cara, tendo ficado com hematomas em todo o corpo. António não conhecia os agressores e estes não o conheciam a ele - um dos agressores foi identificado, mas alegou estar embriagado e não se lembrar do que fez...
A violência gratuita grassa um pouco por todo o país. Ainda há poucos dias uns «amigos» assassinaram outro amigo num café numa aldeia do norte, também alegadamente por estarem embriagados; há umas semanas uns assaltantes de uma gasolineira mataram gratuitamente a funcionária; e por aí adiante. Todos os dias há novos casos na comunicação social. E mais grave é o facto de muitos desses assassinos - mesmo quando apanhados por uma polícia com poucos meios - serem deixados em liberdade por juízes a leste da realidade... ou então, juízes que têm ordens para não engrossar as listas das estatísticas dos detidos...
São tantos os casos de violência gratuita de que vamos tomando conhecimento que daqui a uns tempos o filme «Pulp Fiction» (na imagem) parecerá uma brincadeira de crianças perante tantos casos reais de violência!
Este episódio foi real e passou-se na semana passada numa mercearia num recatado bairro nos arredores de Lisboa. António teve que ser levado ao hospital onde levou vários pontos na cara, tendo ficado com hematomas em todo o corpo. António não conhecia os agressores e estes não o conheciam a ele - um dos agressores foi identificado, mas alegou estar embriagado e não se lembrar do que fez...
A violência gratuita grassa um pouco por todo o país. Ainda há poucos dias uns «amigos» assassinaram outro amigo num café numa aldeia do norte, também alegadamente por estarem embriagados; há umas semanas uns assaltantes de uma gasolineira mataram gratuitamente a funcionária; e por aí adiante. Todos os dias há novos casos na comunicação social. E mais grave é o facto de muitos desses assassinos - mesmo quando apanhados por uma polícia com poucos meios - serem deixados em liberdade por juízes a leste da realidade... ou então, juízes que têm ordens para não engrossar as listas das estatísticas dos detidos...
São tantos os casos de violência gratuita de que vamos tomando conhecimento que daqui a uns tempos o filme «Pulp Fiction» (na imagem) parecerá uma brincadeira de crianças perante tantos casos reais de violência!
32 comentários:
Dizem que a violência é o preço que se paga pelo progresso.
Lamentavelmente, nós, o progresso eatá onde, se se entender que o mesmo se traduz por taxa de emprego a diminuir, melhor educação, melhor saúde, melhores transportes, etc?
E se é um mal do progresso, porque conseguiu Giulianni tornar Nova Iorque uma das cidades mais seguras do Mundo ( com 7 milhões de habitantes, para 10 em Portugal inteiro?).
Alexandre, há certas perguntas que não vale a pena fazer quando se vive em Portugal....
Ai Alexandre... como é difícil vivermos em segurança, em paz...
Nunca ouvi dizer de nenhum país que não acontecesse coisas desse tipo... somos ou não somos animais?! Que instinto de extermínio é esse que não se consegue dominar?! Santo Deus! Estou farta de ouvir falar em violência, parece que isso nunca terá fim...
Beijinhos e boa semana
Naõ tenho televisão e ando um pouco arredia dos jornais. fiquei chocada com a notícia que relatas.
Que horror... Onde vivemos?
Fica bem Alex
O que mais me chateia nesta violência gratuita é que ataca mais os pobres que os outros. Até a natureza se vira contra eles, os pobres, pois, repara, que onde acontecem as maiores calamidades naturais são geralmente em regiões onde a miséria já é suficiente para não terem qualidade de vida.
Atenção que onde tirei as fotos foi no parque de campismo e para entrar sómente tendo alguém conhecido a habitar por lá. De fora não é possível.
Boa semana e bjs
TD
A proposito da (in)segurança que se vive em Nova York, encontra-se em exibição um filme que vale a pena não perder.
Independentemente de se concordar ou não com a abordagem, vale a pena ver "A estranha em mim", de Neil Jordan, com uma interpretação fabulosa de Jodie Foster.
não querendo ser pessimista ou alimentar pessimismo, constatei por diversas vezes que a ficção não chega aos calcanhares da realidade...................
abraÇo.beijO ~
E depois da violencia física, vem a violencia aos impostos, afinal é o contribuinte que paga , mesmo quando eles ficam na prisão, refastelados e ainda a rir-se de nós e a inventar a forma de, ao serem postos em liberdade, arranjarem rápido mais uma vitima, que matam a troco de uns miseros centimos, outras vezes a troco de nada.. Parabéns Alexandre, mais uma um tema muito importante e que nos faz pensar para onde caminhamos? Um abraço..ell
Alexandre
O bom, perdeu-se. Impera o mal... e por aí fora.
Uma pergunta: Onde é que tudo isto irá parar? Parece que estamos a assistir a uma verdadeira mutação do ser humano, a nível de mente, de sentimentos...
*
É uma tristeza, essas coisas!
estamos a um passo de uma sociedade de condominio fechado...lamentavelmente!
Querido Alexandre, li e reli com muita atenção o teu texto, e se não ficas zangado comigo, faço minhas as tuas palavras.
Uma noite muito feliz.
Beijinhos,
Fernandinha
E o pior � que tal como bola de neve, a viol�ncia n�o p�ra de crescer. Lament�vel mas tem de ter uma solu�o.
Beijinhos
Por acaso não concordo apenas com o rótulo que colocam a esse tipo de violência. Faz-me lembrar as ofertas que fazem nos cereais ou nos yogurtes. Não é uma violência gratuita mas sim selvagem. Selvagem porque revela os instintos primários do homem enquanto animal. O que ele tem de mais irracional.
Beijinho
É mesmo Alexandre. Se a violência me incomoda, a violência gratuita, além de me incomodar, confunde-me porque por mais voltas que lhe dê, não lhe encontro uma justificação. E é incrivel como aumenta de dia para dia
Tens tb a história da escola alemã, hoje...
Beijos.
Gostei de seus posts.
A violencia é um virus dificil de fazer entender qual o remedio mais adequado...Pense, que nem nos elevadores se tem seguraça... Os elevadores externos e de vidro ainda pode ser alternativa... ameaças dentro de elevadores residencias ou em casas ou na rua etc...Tambem existe, ninguem nem imagina... Quanto a violencia mostrada no filme Pulp Fiction é interessante, olhando pelo angulo que nem tudo é sabido pelas autoridades...E assim muitos crimes passam despercebidos...
Se você quizer pode ir no meu blog:
http://zayinguimel.blogspot.com
Bj
Em 2000, um fulano de meia-idade, vestido de ganga, que viajava comigo no comboio travou-o pouco antes de chegar à estação, onde saímos, juntamente com mais uma dezena de pessoas. Fixou-me com um ar meio alucinado, dirigiu-se a mim com o dedo erguido em direcção à minha cara ao mesmo tempo que me dava pontapés e dizia "A mim não me tramas, não me tramas! (...)" Ninguém, para além de mim própria, mexeu um só dedo para me livrar daquela situação. Mas quando o senhor desatou a fugir, vieram logo ter comigo a perguntar-me o que é que EU (!) tinha feito para ele ter tido aquela reacção. Quando disse, dorida e estupefacta, que nunca o tinha visto até então, perguntaram-me então se eventualmente me teria rido dele, porque tinha de haver uma explicação... (como se a violência tivesse um fundamento) Em suma, o senhor tinha indubitavelmente graves problemas (nunca mais o vi, diga-se de passagem), eu não era uma velhinha que merecesse ser defendida e, ainda que o fosse,ninguém quereria ter tido problemas. A violência é gratuita mas a defesa do Outro? Parece que nem pagando...
Alexandre, voltei para reler o teu texto e digo-te amigo cada dia há mais violência.
É triste, mas nós cidadãos anónimos o que podemos fazer ?
Deixo-te a pergunta no ar!
Muitos beijinhos,
Fernandinha
Alexandre, voltei para reler o teu texto e digo-te amigo cada dia há mais violência.
É triste, mas nós cidadãos anónimos o que podemos fazer ?
Deixo-te a pergunta no ar!
Muitos beijinhos,
Fernandinha
A porrada dá dinheiro.
A porrada fica mais barata do antidepressivos.
A porrada enche o ego dos que se sentem miseráveis e não se limitam a partir paredes porque elas não sofrem..
E por aí adiante..
A humanidade quase nem existe.
Besitos
uma realidade assustadora ...
uma autêntica barbaridade ...
há que mudar as penas brandas do nosso País ... esta é a minha opinião ... se tal não acontecer rapidamente não sei onde iremos parar ...
bjs
Deslumbrante Amigo Alexandre:
Tens um prémio no meu blog que mereces por inteiro, pelo enorme carácter de pessoa de bem e pelo que colocas com imenso brilho e talento em tudo o que fazes e dizes.
Obrigado por seres assim.
Voltarei para comentar o teu Post.
Abraço amigo com sinceridade e fascínio pelo valor imenso que possuís e distribuís por todo o lado por onde passas.
O Amigo que te estima
pena
A violência gratuita, é também fruto da nossa justiça, demasiado branda, preocupada em economizar, prendem e logo os põem á solta, triste caminho que se apresenta
Saudações amigas
Sei de uma história passada com uma namorada minha, no Cais do Sodré, há anos. Um matulão deitou-lhe a mão a um fio de ouro com uma medalha que trazia ao pescoço.Ela resistiu agarrando a medalha(recordação do pai)e gritando por ajuda. Atirou-a ao chão e levou o fio.
Ninguém, mas ninguém mexeu um dedo,ninguém a ajudou a levantar, tendo ela ainda ouvido que «era uma rixa de namorados»...
A minha amiga era mulata... seria por isso?
Os homens não prestam!
Ainda bem que sou mosquito!
Gratuita... mas com muitos custos e premeditada, decerto.
Alexandre
Um jardim à beira mar plantado onde as rosas já aparecem com muitos espinhos. Segundo diversos estudos está a aumentar esta violência e também está a aumentar o números de casos de doenças mentais ... ligação? Não sei se haverá mas tudo me leva a crer que se vive, para além de um clima de instabilidade, um de grande insanidade também ...
Um beijinho
huumm,aqui está tudo perfeito!adorei todos os posts que consegui ler,seu espaço é realmente adorável,parabéns!tenha uma noite maravilhosa e uma quarta-feira iluminada!!!
álcool, jogos violentos de vídeo, noticias diárias de mortes e afins, tanta coisa que vamos sendo rotineiramente bombardeados... até parece que é normal!
Sorry por todos nós...
Abraço
se n fizermos nada este pais e mundo k temos ficara muito pior.....
se n fizermos nada este pais e mundo k temos ficara muito pior.....
Vivemos numa sociedade que o respeito pela vida humana � praticamente nulo! Outros valores imperam!
Espero que o Sr Ant�nio esteja a recuperar do susto e das "marcas" deixadas pelas bestas!...
Fica uma linda e fofa nuvem para ti Amiga da Flor :D
Infelizmente a violência gratuita é o que mais temos por esse mundo fora!
Um abraço
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