
Li e ouvi a notícia várias vezes e quase não queria acreditar! Depois, baixei à Terra e decidi dar o meu contributo para o fenómeno: é certo, como desvaloriza o Bastonário da Ordem dos Médicos, que é muito difícil de detectar números exactos da chamada «negligência médica», mas que há por esses hospitais fora muitaaaaa negligência e muitaaaaa incompetência, há! E assim morrem em média 20 portugueses por dia... para não falar dos muitos que sofrem mazelas de várias naturezas!
Um treinador de futebol pode falhar na táctica e a sua equipa perder! Acontece! Ninguém morre por isso! Um contabilista pode enganar-se nas contas! Acontece! Ninguém morre por isso! Um advogado pode errar nas suas »advogações»! Acontece! Ninguém morre (a não ser que seja condenado á cadeira eléctrica!) por isso! Um médico (não!) pode enganar-se na prescrição de medicamento! Acontece (mas não devia acontecer!)! Alguém morre por isso!
É a diferença da Vida e da Morte! Um médico lida com as fronteiras do sopro humano, ao contrário da maioria das profissões! Por isso, os que são médicos em princípio são os melhores cidadãos - ou deveriam ser - são os mais inteligentes... Talvez agora seja assim, mas nem sempre foi assim: muitos dos médicos que estão agora com 50 anos entraram em Medicina na onda facilitista do pós-25 de Abril, alguns com médias muito baixas e com pouca ou nenhuma vocação! Pelo que sei são alguns desses médicos que estão cometendo os maiores erros médicos da actualidade. Alguns porque nunca encontraram a vocação, outros porque o «sistema» os torna fornecedores de «cuidados de saúde» a metro! Eu próprio podia ter entrado em Medicina em 1978 - tinha nota para isso - mas a falta de vocação levou-me a... comunicação!
Há uns anos um familiar meu foi vítima de uma médica de família que lhe incutiu doses maciças de ferro durante anos! Por teimosia! Por negligência! Por ignorância! Chamem-lhe o que quiserem! A verdade é que ninguém pode levar ferro durante tantos anos seguidos! É básico! Outra médica de família nunca deixou que outro familiar meu consultasse outros médicos, nomeadamente médicos geriatras! Resultado: esse meu familiar acabou por sucumbir, talvez muito mais cedo que aquilo que o «destino» lhe reservava! E tenho conhecimento de outros casos pela comunicação social, pelo que se ouve nas ruas e noutros locais públicos!
É sabido que os mais velhos tremem de medo quando baixam a um hospital público! E têm razões para isso: não basta só o terror de estar doente e ter uma idade avançada, como muitas vezes os mais velhos são violentados e humilhados na praça pública: o pai de um amigo meu foi várias vezes algaliado nos corredores das urgências do Hospital de Almada, com a maior falta de respeito pela dignidade e pela privacidade... e eu não sou a pessoa certa para falar destas coisas porque o meu conhecimento é restrito - felizmente - nesta área, mas acredito que haja histórias em hospitais que fazem os filmes de terror parecerem brincadeiras de crianças...