quarta-feira, 26 de setembro de 2007

EXILADO

Às vezes sinto-me exilado
Dentro do meu próprio espaço
Perdido num tempo
Onde o próprio tempo
Não é mais que um compasso...

Às vezes sinto-me exilado
Dentro do meu próprio mundo,
Apesar do canto profundo
Onde procuro esconder
As páginas que não escrevi...

Às vezes sinto-me exilado
Na própria teia que teci,
Como uma onda na praia
Que não se desfaz na areia...

Às vezes sinto-me exilado...
E embora creia
Na ténue luz da noite
Não vejo ninguém que se afoite
A rasgar caminhos de pedra...

Às vezes sinto-me exilado
Na imensidão secreta
Dos escritos escondidos
E das colunas de fogo
Que trespassam os sentidos!

40 comentários:

Sol da meia noite disse...

Gostei do poema, Alexandre.
Nele me revejo.
Sempre luto para não me sentir assim e digo-te que deves lutar também...

Não creias apenas na ténue luz da noite... Acredita antes num Céu de estrelas que rasga caminhos de pedra!

Deixo muitos beijinhos!
:)

Marta Vinhais disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lusófona disse...

Linda obra, sim senhor!!

Beijos e fica bem

Andreia disse...

às vezes há sentimentos assim ...

Marta Vinhais disse...

Profundo, mas muito triste, Alex...
Até logo
Beijos e abraços
Marta

Anónimo disse...

São sentimentos que todos nós sentimos, uns de uma maneira, outros de outra, mas no fundo todos ficamos exilados tantas vezes no nosso cantinho.

Um Abraço.

Bichodeconta disse...

Fico sem geito de comentar tamanho talento... Aqui sobressai a pequenez do que escrevo..Parabéns Alexandre , cada poema é melhor do que o outro.. Quem escreve assim devia de facto publicar as suas obras, tamanha é a sensibilidade com que as palavras brotam, como água cristalina da fonte a nascer.. Um abraço, ell

Filoxera disse...

Eu tenho estado realmente exilada. Numa situação que não desejo a ninguém.
À parte isso, o meu comentário renova-se em relação ao teu blog: continuo a identificar-me com as músicas (parece-me que temos as mesmas preferências musicais) e a adorar a escrita.
Um abraço.

FERNANDINHA & POEMAS disse...

Alex,lindo o teu poema.
gostei das palavras entrelaçadas com a música.
Beijinhos amigo,
Fernandinha

Pena disse...

Amigo Talentoso Alexandre:
Quantas vezes me senti também um exilado de mim? Quantas pessoas tenho em mim? Quantas vezes passei noites brancas sonhando, tentando construir algo que resultou em sucessivas folhas rasgadas que deitei fora por serem um nada feito de tudo?
Nas tuas brilhantes palavras versejadas e encantadas pela beleza revejo-me. Não! Não me sinto nada confuso ou inerte das minhas sensações controversas e distantes de um mundo real?
Sabes, Deslumbrante Amigo Alexandre, sinto-me um exilado do que sou e do que penso.
Um perfeito exilado, acredita, brilhante Amigo.
Só sei que o serei sempre, enquanto o mundo for mundo. Os gestos forem gestos. Os sonhos abracarem sonhos puros e lindos, á mercê do acaso para se concretizarem na irrealidade de mim como anseio e desejo.
Enquanto não me sentir vivo ou prestável no que quero e ambiciono. O nada que habita em mim sinto-o. Penso-o. Projecto-o em esboços impensáveis por comportarem o peso da minha existência controversa e irreal. Muito irreal, acredita, Amigo.
Este teu texto de "exilado" é belo. Sincero. Arrebatador.
Parabéns, Alexandre e, que a vida te sorria de imediato, por o mereceres na sua imensa plenitude. Por inetiro.
Um Bem-Hajas, Alexandre, mereces tudo de bom e, vizualizar os teus sonhos e ideias, reais ou irreais, sonhadas ou pensadas, fictícias ou verdadeiras, concretizadas. E, concretizadas, por comportarem valores e prícipios nobres e íntegros no que habita em ti e no que és. São Muito, entendes? Sei que sim.
Abraço de um autêntico "exilado".
pena

Parabéns, Alexandre. Adorei!

Anónimo disse...

As vezes também me sinto assim, exilado dentro de um mundo, de um corpo, de uma vida que eu escolhi e criei...e quando me sinto assim confio incondicionalmente na força maior que nos encaminha e peço para tranquilamente me deixar encaminhar para fora do exilio.
muito bonito, parabéns :) bjs

Anónimo disse...

Em casa
Fechado em casa
Esperando por ninguém
Ou não esperando por alguém?
Choro.

irneh disse...

Todos temos momentos de exílio, tantas vezes sem sabermos se haverá retorno...

Beijinhos

Jasmim disse...

Que lindo
Espero que na verdade não te sintas exilado.
Fica bem e anima-te
bjocas

Sei que existes disse...

Poema maravilhoso!
Por vezes também me sinto assim...
Beijinhos grandes

BlueVelvet disse...

Fica cada vez mais difícil comentar o que escreves.
Fica cada dia, ou noite, mais difícil tentar que o que escrevo no meu Blog chegue aos calcanhares do que escreves.
Dizer que é lindo?
Que também me sinto assim?
Acho muito banal.
Deixo portanto, duas frases que recolhi em livros de dois autores, um que adoro, e outro nem por isso, mas mesmo assim:
- "E posto que a vida não me é excelente, cada dia gosto mais de menos gente". Agostinho da Silva
- " Há ocasiões em que um homem se sente tão mal vivido, que se não fosse por timidez, aceitava o abraço da camisa". António Lobo Antunes
BlueVelvet

Dou-te um doce se adivinhares qual o que gosto e o que nem por isso...

O mail já seguiu.

Marrie disse...

Como pude vê nos comentários anteriores, traduzistes em palavras os sentimentos q, por vezes, assola todos nós! No entanto, a grandeza do ser humano está em transformar momentos assim em instantes de sabedoria. E isto é tbém é poesia!
bjs

Rui Ramos disse...

Paulo Camacho sai da SIC para a PTM
27 de Setembro de 2007

Paulo Camacho está de saída da SIC para a PTM. O antigo editor de internacional e coordenador das edições de fim-de-semana do Jornal da Noite da estação de Carnaxide a partir de segunda-feira será o novo director de comunicação externa e desenvolvimento de conteúdos para novas plataformas da PTM, uma nova unidade criada no seio da operadora proprietária da TV Cabo. A mudança, adianta Paulo Camacho ao M&P, surgiu a convite no recém-nomeado presidente da Comissão Executiva da PTM, Rodrigo Costa. Uma questão de timing foi como o jornalista explica o que motivou a sua mudança depois de 21 anos na Impresa, quinze dos quais no projecto televisivo do grupo. "Achei que era uma boa altura de mudar para uma empresa que está a começar um novo ciclo, dado que vai viver de forma independente [concretizado o spin-off]", comenta Paulo Camacho. "O novo ciclo da SIC que agora começa, também não ficar afectado com a minha saída", acrescenta."Identificar projectos e conteúdos para as novas plataformas" é uma das funções de Paulo Camacho para o qual irá contar com uma equipa de oito pessoas já existentes na área de comunicação da PTM, diz. "Em relação à área dos novos projectos eventualmente poderá um novo reforço da equipa, mas nesta altura não está a ser equacionado", adianta. Questionado se no âmbito das suas funções estaria a intervenção nos conteúdos da TV Cabo, Paulo Camacho afirma que não. "A minha função é definir estratégias para as novas plataformas e não intervir nas já em funcionamento", esclarece. Quanto aos objectivos em termos de conteúdos, o novo responsável diz que "ainda não foram definidos". "A empresa está a viver um momento de grande alterações, e neste momento, a prioridade é arrumar a casa, definir prioridades e, só depois é teremos objectivos mais concretos", sintetiza Paulo Camacho.

Até à hora de fecho desta edição estava ainda em aberto o cargo de editor de internacional e coordenador das edições de fim-de-semana do Jornal da Noite, anteriormente ocupado por Paulo Camacho. "Temos quadros de excelente qualidade que podem assegurar o trabalho do Paulo [Camacho]", afirma Alcides Vieira, ao M&P. O director de informação da SIC adianta que, no entanto, "ainda não foi tomada uma decisão."

*Um Momento* disse...

Uau!!
Belo!
Sabes , eu sinto necessidade de te abraçar:)))
Sorrio-te , e sopro um beijo

(*)

Dhyana disse...

Mais vale exilado, que deportado do próprio ser, que é como me sinto as vezes ah!ah!ah!
Confesso que não percebi o ton do poema. Estará o poeta a ser irónico, ou será antes disilusão? Tb poderia ser de indignação tendo em conta:
"Não vejo ninguém que se afoite
A rasgar caminhos de pedra..."
Tb há uma certa tristeza, será?
Em todo caso adorei e ainda vou ler outra vez.
Beijos.

turbolenta disse...

Todos temos momentos assim
boa semana

Dhyana disse...

Ah, esqueci-me ;)
Já o mandei, obrigada.

Helena disse...

Belíssimo!
Para quê as minhas palavras?
Beijos de uma exilada ocasional

disse...

Passei para deixar um olá:)
Espero que estejas bem...
Beijos

NiNa disse...

Tal como mtos amigos aqui comentaram, tb eu por vezes me revejo no que escreveste...para mim são fases da vida, tão "construtivas", como as mais alegres :)
Continua a escrever :) q nós continuaremos a comentar :)
bjinhos

GarçaReal disse...

Em teu exilio sigo-te....A ler-te



bjgrande

Anónimo disse...

Gostei muito do teu poema!!
Todos temos momentos assim... faz parte da vida!

Bjs

Anónimo disse...

É o que eu digo, o Reino da Escrita espera-te... ah, é verdade, depois podias enviar-me um email a falar melhor daquele circulo de leitores?
Em contrapartida, tento-te explicar como te inscreves no reino ;)
Ah, e já sabes, se quiseres ajuda naquilo, é só dizeres :)

Um poema espetacular! :D

Diário de um Anjo disse...

O poema está muito bonito sim sr. O exilio é bom amigo em alturas de reflexões em certas fases apenas. Não deixes de viver por isso.
Jinho

Anónimo disse...

Exilio. Dentro de mim.
Eu neste momento.
Um beijo Alexandre.

foryou disse...

Às vezes sinto-me exilada no meio das multidões. Outras vezes como hoje, não consigo sequer imaginar exilios :)


Gosto desta música! :)

Beijosssssssss

Gi disse...

Não confundir o homem e o poeta é sempre a primeira coisa que tenho em mente quando leio mas, invariavelmente, nem sempre ela é reveladora de sentires actuais, ou mesmo sentidos ... é a verve a funcionar. Seja como fôr diria que o 1º passo já foi dado. Trata-se da identificação do problema e isso é sempre o mais difícil. A resposta , por mais que se procure lá fora, está sempre dentro de nós.
O 2º passo é começar a deitar abaixo os muros desse exílio e construír pontes para saír dele.

Hoje precisava de um bom pedreiro ou de um vãndalo qualquer. Tenho aqui um bom par de muros para serem destruídos.

beijinhos

era uma vez... Silvia disse...

Como te entendo tão bem...
Um beijo
"Silvia"

http://paixoeseencantos.blogs.sapo.pt disse...

OLÁ AMIGO,ALEXANDRE! E K TAL VIRES LER O MEU POEMA NOVO A VER SE NÃO FICAS EXILADO NESSE TEU MUNDO E FICAS COM MAIS INSPIRAÇÃO? É UM DESAFIO K TE PROPONHO:) BJO
CARLA GRANJA.

BF disse...

Exilado num campo de sentires...
Adorei o teu poema. Gosto mais de te ler na poesia, tem mais a ver comigo.

Jinhos
BF

un dress disse...

mas não sintas...:)

não estás nem exilado nem só...





abraÇo.beijOs

Avid disse...

Quem nunca se sentiu assim?... Esse alguem entao ainda nao viveu...
Bjs meus

SILÊNCIO CULPADO disse...

Pois, este é poeta prisioneiro do seu próprio espaço, do seu próprio corpo, do seu próprio pensamento. Como eu compreendo isso!... Porém existe sempre alguma liberdade: a liberdade de não nos acomodarmos, de procurarmos ir mais além, de desenvolvermos as nossas capacidades. A liberdade de ser capaz de amar as coisas simples, de construir algo com as nossas próprias mãos, de não nos darmos por vencidos e de ficarmos em paz com nós próprios mesmo quando aceitamos novos desafios.

Poemas e Cotidiano disse...

Que bonita poesia, Alexandre!
Quantos sentimentos nas entrelinhas! (e nas linhas!).
Um sentimento tao universal, que voce soube descrever tao bem!
Um Beijo!
MARY

Su disse...

gostei de ler.te


tantas vezes exilada...eu...

jocas maradas