Um aluno da Universidade de Coimbra foi gravemente ferido - num local do corpo pouco recomendável, e por sinal muito sensível! - quando estava a ser «preparado» para as praxes da Queima das Fitas. Os «agressores» foram alunos dos últimos anos - imagine-se! - do curso de Medicina. O que é que o corte dos pêlos púbicos contribui para a «sabedoria» e o «conhecimento», pergunto eu?
Lembro-me de um professor meu de Português contar sobre as praxes praticadas na altura em que ele foi aluno em Coimbra: histórias com tradição, algumas até com sentido e humor. Agora não: as praxes académicas multiplicaram-se por todo o lado , mesmo em instituições sem tradição nessas coisas, e muito especialmente em estabelecimentos de ensino privado - é chique e está na moda praxar... e ser praxado! E com essas atitudes têm-se cometido as maiores atrocidades em nome do nada, e violam-se psicologicamente alunos - quando não é fisicamente!
Todos os anos são divulgados casos de violência psicológica e física nas praxes académicas. Acredito que a maior parte dos atentados à dignidade dos alunos nem venha a lume, pois muitos deles preferem sofrer calados as humilhações a que são sujeitos, por vergonha que os pais saibam e por receio que ainda sejam mais «agredidos». Outros - muito poucos - denunciam os factos, a comunicação social divulga-os, mas os culpados nunca são atingidos.
Na faculdade onde andei as praxes eram contidas, talvez por a maioria dos alunos serem mulheres, não eram violentas mas também não tinham piada nenhuma. Como eu era contra estas coisas, ocupava-me a «salvar» os caloiros aterrorizados, dando-lhes «protecção», ou fazendo-os sair por outras portas. A maior parte agradecia-me até que houve uma aluna que - dias depois de eu a ter «salvo» - insultou-me e não agrediu porque não calhou! Porquê? Alegou ela que eu a «impedi» de gozar e de passar por um momento único, que era a praxe. A partir daí nunca mais pus ninguém cá fora.
Se fiz bem ou não, não sei, a verdade é que ainda hoje há uma pessoa que me agradece o «salvamento» e que continua a chamar-me «padrinho»!
Lembro-me de um professor meu de Português contar sobre as praxes praticadas na altura em que ele foi aluno em Coimbra: histórias com tradição, algumas até com sentido e humor. Agora não: as praxes académicas multiplicaram-se por todo o lado , mesmo em instituições sem tradição nessas coisas, e muito especialmente em estabelecimentos de ensino privado - é chique e está na moda praxar... e ser praxado! E com essas atitudes têm-se cometido as maiores atrocidades em nome do nada, e violam-se psicologicamente alunos - quando não é fisicamente!
Todos os anos são divulgados casos de violência psicológica e física nas praxes académicas. Acredito que a maior parte dos atentados à dignidade dos alunos nem venha a lume, pois muitos deles preferem sofrer calados as humilhações a que são sujeitos, por vergonha que os pais saibam e por receio que ainda sejam mais «agredidos». Outros - muito poucos - denunciam os factos, a comunicação social divulga-os, mas os culpados nunca são atingidos.
Na faculdade onde andei as praxes eram contidas, talvez por a maioria dos alunos serem mulheres, não eram violentas mas também não tinham piada nenhuma. Como eu era contra estas coisas, ocupava-me a «salvar» os caloiros aterrorizados, dando-lhes «protecção», ou fazendo-os sair por outras portas. A maior parte agradecia-me até que houve uma aluna que - dias depois de eu a ter «salvo» - insultou-me e não agrediu porque não calhou! Porquê? Alegou ela que eu a «impedi» de gozar e de passar por um momento único, que era a praxe. A partir daí nunca mais pus ninguém cá fora.
Se fiz bem ou não, não sei, a verdade é que ainda hoje há uma pessoa que me agradece o «salvamento» e que continua a chamar-me «padrinho»!
34 comentários:
Uma rica pergunta, "ou que e que isso contribui para o conhecimento"?
Saudacoes d'Algodres.
Isso só comprova a deterioração de valores que vai grassando na nossa sociedade e que se vai tornando mais visível de geração para geração. Lembras-te daquele caso da aluna de Macedo de Cavaleiros? Acho que o tribunal lhe deu razão.
É como tu costumas dizer, acho que estes habitantes não fazem falta nenhuma ao planeta azul...
Bjs. Bom fim-de-semana.
Gostei da tua escolha musical.
Sou contra praxes, não seria melhor arranjarem algo mais criativo que contribui-se para os novos se sentirem melhor na sua entrada na faculdade?
É triste ter que começar mal uma nova etapa tão desejada e sonhada na vida....
Portanto abaixo as praxes!!!
Deveria haver muito menos tolerância para com esses divertimentos baixos que se baseiam na humilhação.
Parece-me, infelizmente, que esta coisa das praxes, e não apenas em Portugal, está muito ligada a alguns aspectos menos positivos do Homem: (1) a velhice é um posto (2) quem chega antes, tem direitos sobre os que chegam depois (3) espírito de vingança dos praxantes relativamente aos praxados, pois os primeiros passaram anteriormente por tais práticas.
Como acabar com isto? Bom, parece-me que, quanto à vingança, até pode ser relativamente fácil interromper este círculo; agora, quanto ao outros dois pontos, muito mais complicado...
Abraço :)
Pois é Alex, por aqui já houveram esses "trotes" como chamamos, que levaram à morte. Há uma lei que proíbe, mas ainda tem uns insanos que praticam; só que a maioria faz brincadeiras bobas como pintar a cara e pedir dinheiro na rua. Não vejo lógica nisso, mas já virou uma tradição babaca...
beijinho de bom fim de semana!
Mais uma vez aqui o que importa é a liberdade na minha opinião.
Eu escapei à praxe por ter recebido informações previligiadas, vi fazer coisas feias, principalmente com mulheres, mas também vi muita coisa com graça, o problema é que uma coisa feita com o acordo de anbas as partes pode ter graça, se uma das partes não quer não tem graça nenhuma.
Essa liberdade é preciso respeitar.
Não há tradição que valha por obrigar ninguém a nada.
Não fui praxada e nunca praxei ninguém sempre ocupei o meu tempo de vida universitária de outras formas... e essas tradições nunca me disseram muito.
Mas seja no que for a minha defesa é sempre a da liberdade de dizer sim ou não. De escolher.
Gostei que falasses nisso.
és uma pessoa muito atenta ao que te rodeia.
É uma das melhores qualidades que se pode ter.
Um abraço.
Isabel
Muitas vidas já foram perdidas em praxes, ou trotes como chamamos no Brasil. Acho uma grande estupidez!
Beijos e um maravilhoso fim de semana
se á coisa que discordo de todo são as praxes não entendo a que se devem, o que é que isso contribui para a vida do estudante mas...já para n falar, sendo o caso a que te referes que á praxes muito estupidas
Bjokas
Bom fim semana
Sou contra as praxes,deveria existir outra "forma" de dar as boas vindas aos caloiros em vez de os marcarem com "marcas" profundas como humilhações,etc.
Estes casos deviam ser proibidos por lei.
Bom fim de semana amigo
Bjs Zita
Obrigada Alexandre ando a ver terrenos:-)
Mas se for em frente com este projecto sera importada virá do Brasil, será montada cá...fica menos de metade do preço, os modelos são lindissimos deixo-te o site por curiosidade:-)
http://www.vizonicasademadeira.com.br/
Grandes Vidas...
Praxes...para quem gosta...
Homens compram jornais na tabacaria da esquina, antes de subirem a Rua do Alecrim. Na loja onde se vende o bacalhau, havia barricas de sangacho, castanhas piladas, grão de bico ao litro e peixe seco.
Avisto o edifício da Câmara de Lisboa, belo e limpo, a fachada toda branquinha e trabalhada; chegamos à Praça do Comércio e entra na Rua da Prata, está prestes a terminar a minha aventura no eléctrico da carreira 15.
Tenho saudades desses instantes suspensos, sim, mas do que tenho mesmo saudades, é de me sentar no chão. Não no muro à beira do caminho, não na pedra à sombra da acácia, mas no chão mesmo.
É isso «saudades de Africandar»…
Beijitos.
Bom fim de semana.
Ora pois Alexandre
Tu estragaste a festa à rapariga, que estava a precisar de uns valentes borrachos para experimentar a gracinha das praxes...
Cheia de razões, ela insultou-te e não agrediu porque não calhou!
A verdade é que ainda hoje há uma pessoa que te agradece o «salvamento» e que continua a chamar-te «padrinho»! Isso é que é importante, mainada!!!
Praxes têm origens e ainda permanacem no passado - porque tudo evolui no respeito pela liberdade de cada um.Praxe não pode continuar uma selva para alguns como nas clques do futebol onde inergúmenos que não gostam de futebol se masturbam na violência
Se as praxes fossem meras brincadeiras, concordo que seriam úteis. E penso que há algumas escolas em que ainda impera um mínimo de bom senso. Aliás, os alunos podem sempre declarar-se anti-praxe. Claro que, em alguns sítios, usam e abusam daquilo a que chamam praxe. Deviam ser castigados severamente os seus autores.
Alex,
É como tudo, os tempos mudam, e as tradições também...Hoje em dia os jovens só pensam na violência, é triste, mas é verdade...
Tem um bom fim de semana,
beijinhu
Alexandre
Sou contra às "praxes" COMPLETAMENTE!!!
Excelente post
Beijinhos com carinho
BFSemana
Post brilhante Alex!!!
Nada a acrescentar amigo:)
Um gd beijinho
sabes? não sabes! é que apesar da diferença de tempo de cá andarmos...eu femismos, sim, os gostos são semelhantes e as opiniões 8do que li) Um fim de sema na excelente, Alex.
abomino praxes.
beijO
Alex,
Sou completamente contra as praxes e felizmente que os universitários da família também pensam assim.
Aquilo não passa de humilhação.
Força para você também.
Beijocas.
Realmente, para que é que as praxes contribuem para o desenvolvimento cultural? O governo terá resposta. Porque o que está na moda pode não ser o que está certo!! :(
Muito bom, o post ;)
Um abraço ^^
Olá Alex!
Também acho as praxes do pior que há, puro cinismo e mau gosto completo!
quanto ao teu coração...5 estrelas!!! Só revela a pessoa linda que és!!!
beijinhos!
:)
ola alexandre.
já fui estudante e não deixei que as praxes fossem abusivas, em situações complicadas.
bom fim de semana
Eu acho as praxes engraçadas, mas desde que sejam mera brincadeira e nada para humilhar ou magoar.Adorei ser praxada e nunca me senti incomodada.
Essas praxes são pura ignorância e quem as faz deve ser punido.
Bjs.
Há praxes e praxes.
Na faculdade onde a minha filha andou, a comissão das praxes tinha de comunicar, prèviamente à direcção da faculdade o que iam fazer aos caloiros nesses dias.
Posto isto, só depois se podia praxar, segundo o esquema apresentado.
Diz ela que faziam coisas engraçadíssimas, que não atentavam contra a moral de cada um. Não eram vexatórias nem lhes deixavam más recordações.
Quando entrou não fugiu à regra.Porque, diz ela: quem vai à guerra dá e leva.
Nos anos seguintes já deu protecção a alguns que recusavam a praxe.
Mas ali havia respeito. Quem não queria não era forçado a praxar-se.
Mas há coisas que me parecem não dever ser feitas,de tão estúpidas que são.
E penso que quem as faz deveria ser castigado .
bom fim de semana
Tens toda a razão!
Não faço a minima ideia para que servem estas praxes violentas, quer a nível psicológico quer físico!...
Beijocas
Com criatividade, amizade e consideração, aceitava.
Assim, não.
Bom fim-de-semana
Viva Alexandre:
Assim é de facto.
A falta de qualidades morais, ou ausência delas, dos estudantes actuais leva a estas coisas.
Uma coisa é a praxe, aquela "coisa" que nos fica para a memória como um dia lindo nas nossas vidas, outra bem diferente é esse dia ficar "marcado" pela negativa.
Tem um bom domingo.
Um abraço,
Será esta a geração rasca? Enfim...
Deixei-te um presente no meu cantinho... Beijinhos
Há praxes e praxes!
Fui praxada, com educação, amizade, brincadeira e sem humilhação!
Saudades desse tempo!
Sou totalmente contra esse tipo de "trote". Abomino a idéia de agredir alguém seja de que maneira fôr. As faculdades de medicina, de uma maneira geral, aterroriza em todos os lugares, pelo visto, com tais práticas. Se pudesse, eu os puniria com segurança máxima!
Irrito-me profundamente por nao poder interagir!
abraços
Há praxes que não têm piada absolutamente nenhuma! ;(
Lembro-me no final do meu 12º ano, já lá vão alguns anitos, lol lol, um colega meu foi expulso da escola porque fez a seguinte brincadeira: pegou numa colher de sopa, colocou lá uma moeda de 1 escudo, vejam lá ao tempo que já foi ehehehe, acendeu um esqueiro e aqueceu a base da colher... depois, com a colher bem quente e consequentemente a moeda também, chegou-se perto de um aluno que era caloiro do 7º ano, abriu-lhe a camisola pela gola e enfiou-lhe a moeda para dentro.... a criança tinha a camisola dentro das calças, demorou algum tempo a tirá-la de dentro das calças e ficou com o peito em "carne viva"... lembrei-me de te contar este triste episódio que tanto me marcou na altura e que ainda hoje me recordo tão bem!
Então boa noite e bons sonhos e que Deus te abençõe.
Flor
Enviar um comentário