O Bernardo foi meu colega de turma no 10.º e 11.º anos em Almada, uma turma de futuros famosos: alguns tornaram-se médicos conhecidos, outros engenheiros e havia um que se chamava Tim, tocava guitarra eléctrica e... viria a ser o vocalista dos Xutos e Pontapés!
Nunca estive muito próximo do Bernardo, mas reconhecia nele uma boa pessoa, um paz d'alma. Talvez por isso ele era a vítima de um grupo masculino dentro da própria turma: faziam-lhe tudo de mal, desde roubarem-lhe dinheiro, riscarem-lhe a roupa com canetas, cortarem-lhe pedaços de cabelo, estropiarem-lhe os livros... até lhe queimarem os cadernos de apontamentos nos intervalos das aulas em plena polivalente.
O Bernardo era achincalhado e humilhado quase todos os dias em frente aos restantes colegas. Curiosamente ele não se revoltava, nem se queixava, apenas pedia em voz baixa para não lhe «fazerem isso»... afinal ele fazia parte do grupo que o maltratava. E eu nunca percebi porquê! Talvez pela necessidade de pertença, não sei! Também nunca mais o vi desde que as aulas acabaram! Nem me lembro do apelido dele... talvez seja médico - ele era bom aluno - ou engenheiro...
A história do Bernardo vem a propósito do despropósito que tem sido uma «praxe» (praxe só de nome, chamar-lhe-ia violência gratuita!) que tem sido praticada há vários anos numa escola secundária de Vila Nova de Poiares, com a conivência de professores, pais e demais responsáveis. A prática foi divulgada recentemente na comunicação social e consiste em atirar os mais infortunados contra um poste, com as pernas abertas. E eu que pensava que já tinha visto tudo!!! Algumas crianças têm saído gravemente feridas dessa «brincadeira» e a Directora do Agrupamento Escolar respectivo ainda vem dizer que é uma prática tradicional... Valeu o Presidente da respectiva Câmara Municipal, Jaime Soares, intervir para apurar «responsabilidades até às últimas consequências»!
Nunca estive muito próximo do Bernardo, mas reconhecia nele uma boa pessoa, um paz d'alma. Talvez por isso ele era a vítima de um grupo masculino dentro da própria turma: faziam-lhe tudo de mal, desde roubarem-lhe dinheiro, riscarem-lhe a roupa com canetas, cortarem-lhe pedaços de cabelo, estropiarem-lhe os livros... até lhe queimarem os cadernos de apontamentos nos intervalos das aulas em plena polivalente.
O Bernardo era achincalhado e humilhado quase todos os dias em frente aos restantes colegas. Curiosamente ele não se revoltava, nem se queixava, apenas pedia em voz baixa para não lhe «fazerem isso»... afinal ele fazia parte do grupo que o maltratava. E eu nunca percebi porquê! Talvez pela necessidade de pertença, não sei! Também nunca mais o vi desde que as aulas acabaram! Nem me lembro do apelido dele... talvez seja médico - ele era bom aluno - ou engenheiro...
A história do Bernardo vem a propósito do despropósito que tem sido uma «praxe» (praxe só de nome, chamar-lhe-ia violência gratuita!) que tem sido praticada há vários anos numa escola secundária de Vila Nova de Poiares, com a conivência de professores, pais e demais responsáveis. A prática foi divulgada recentemente na comunicação social e consiste em atirar os mais infortunados contra um poste, com as pernas abertas. E eu que pensava que já tinha visto tudo!!! Algumas crianças têm saído gravemente feridas dessa «brincadeira» e a Directora do Agrupamento Escolar respectivo ainda vem dizer que é uma prática tradicional... Valeu o Presidente da respectiva Câmara Municipal, Jaime Soares, intervir para apurar «responsabilidades até às últimas consequências»!
24 comentários:
É uma tristeza!!
Será que os "nossos" jovens não têm melhores ideias para brincar?
Será que só sabem brincar com brincadeiras (a isto nem brincadeira se chama!!!)ESTÚPIDAS?
Falta-lhes imaginação!!! é o que é!!
Ultimamente tem aparecido no meio juvenil... brincadeiras com essa e outras como tal.. que não têm pés nem cabeça.. !!
Perto do meu emprego, costumo parar por segundos, apenas por segundos, pois o tempo é precioso!!... e observo jovens entre os 15 e os 20, talvez?!.. a saltarem muros altos... atiram-se de telhados... acho que esse "desporto".. dizem os jovens tratar-se de desporto, sabem lá eles o que verdadeiramente isso é!!!.. foi retratado numa das novelas portuguesas... penso que na da "sem qualquer qualidade-floribella"... ou seja, são os próprios meios de comunicação que atrás das audiências incentivam os putos a este tipo de coisas!!vá-se lá saber!!
Afinal... este é o País que temos!!
Mas resta-nos a nós, adultos, pais, encarregados de educação, professores, dirigentes da nação...todos esses!! DEIXAR-LHES UM LEGADO que.... lhes sirva para alguma coisa!!
Amigo, que tenhas um dia explendido, junto de "velhos" amigos, recondando "velhos tempos", em amenas cavaqueiras, em autenticas tertúlias, com canções à mistura... enfim, COM TODOS OS INGREDIENTES PARA SER UM DIA MUITO BEM PASSADO!!! heheh
Ah e já agora... se comerem umas belas sardinhas bem gordinhas em cima do pãozinho lá da zona de Constância... traz-me uma.... adoro sardinhas nesta época do ano!!! aliás, se eu só gostasse de sardinhas.. ai ai mas não!!gosto de tudo!!! :(
Diverte-te meu doce e simpático amigo.. ah e acima de tudo, meu amigo tão culto, tão sempre em cima de temas e acontecimentos actuais..... e que Deus te guie por bons e retos caminhos e te proteja, levando e trazendo em bem... :)
(Tu sabes como eu acredito Nele :D)
Da amiga Flor com carinho e muiiiiita admiração.
Gostei de visitar a sua "janela" e passear-me por aqui.Quanto ao tema deste post,concordo na medida em que os jovens de hoje não sabem brincar.E é preocupante a violência que se pratica nas nossas escolas,cada vez mais os jovens aderem à competição e agressevidade,frutos de uma sociedade cujos valores estão alterados,porque hoje o que interessa é ter fama e sucesso,seja a que preço for.O que interessa é ter e não ser,enquanto assim "reinar" no coração do Homem,os patinhos feios serão sempre colocados à margem.
Mas lutemos para que situações dessas nunca mais se repitam.
O Sol quando nasce é mesmo para todos.
Alex,
O que mais me revolta é que os pais e professores são coniventes com tamanha estupidez.
Parece que eles deviam ser os primeiros a ser educados.
Com educadores destes não pode haver crianças com "os 5 alqueires bem medidos".
Beijocas e bom fim de semana.
Olá Alexandre!
Já tinha saudades dos teus textos, cheios de qualidade.
Realmente eu também achava que já tinha visto tudo, nestas coisas de "parvoíces" de crianças (?). Será que não têm mais nada que fazer? E os pais, educadores, professores???
Um absurdo sem classificação possível.
Um grande beijinho
Olá Alexandre :D
Olha, como sabes ainda sou nova, mas eu própria já sinto a grande diferença entre os meus tempos de infância com aqueles que se vivem na actualidade.
Lembro-me que tinha brincadeiras agradáveis, que se possam chamar "saudáveis".
Mas hoje vejo que as crianças dedicam-se logo aos computadores, à playstation, as raparigas tornam-se mais rivais entre umas e as outras... enfim.
Quanto aos professores... nem sempre é fácil lidar com crianças rebeldes. Conheço um professor que dá aulas na Amadora e realmente é desmotivante dar aulas, tentar ensinar algo aqueles jovens que têm valores incutidos completamente desadequados... Jovens esses que adoram a rebeldia, o perigo, violência desde muitos novos, não têm vontade de aprender, não sabem respeitar. Isto pode ser pelas pessoas com quem convivem diariamente, pelos bairros onde vivem, etc. Os jovens gostam é de sair para discotecas, consumir alcool, charros, etc.
Mas uma coisa é verdade, enquanto que antigamente o facto de uma criança levar uma réguada da professora era considerado um factor de educação e respeito, hoje em dia, é considerado por muitos, uma falta de respeito que se está a desobdecer aos direitos humanos.
Olha, eu levei algumas e com muito orgulho, porque sabia respeitar e aprendi com isso!
Quanto aos pais... cada vez têm menos tempo para dedicar aos filhos. Chegam já tarde a casa do seus trabalhos, ainda com tarefas para realizar em casa e preparar as coisas para o dia seguinte, e os filhos isolam-se nos computadores e o diálogo entre eles cada vez fica mais escasso.
Um conselho dou a todos os pais: não metam uma televisão no quarto dos filhos, porque isso é uma forma de estes se isolarem ainda mais.
Bem, nem sei se aquilo que escrevi está com alguma lógica, mas é que ía escrevendo conforme me surgiam as ideias ehehehhe.
Beijocas muito, muito GRANDES :D
Boa semana :D
Desculpa,
o comentário anterior foi enviado por mim, a PEKENA, mas enganei-me e enviei com o mail da turma :P
Bjssssssssssssss**
Olá amigo...excelente post..mais um:) É incrivel as tristes e absurdas realidades que constatamos..!
Tenho um pequeno desafio para ti no meu blog..conto ctg para uma pequena visita,ok??
Beijinhos grandes e obrigada
Como dissestes, o Bernardo carecia estar presente e talvez por isso aceitasse os achotes. Quando se é jovem e faz-se de um tudo pra se sentir aceito, mesmo a custas de humilhações
Penso que a esta altura o Bernardo já superou esses traumas.
beijos e bom domingo
Realmente, não sei como é possivel haverem praxes tão bárbaras e ridiculas, e ainda por cima com a conivência dos pais e professores que acham isso normal!...
Beijos
A loucura está instalada. Desde que começaram a fazer praxes e até fazem queima das fitas no fim do primeiro ciclo, que mais podemos acrescentar? Eu acho que a escola se começou a estragar desde que a quiseram tornar numa "brincadeira", com clubes disto e daquilo, salas de jogos, actividades extra-curriculares, computadores ligados à net por todo o lado e com jogos, que, por mais que se desinstalem, aparecem sempre no dia seguinte(se vissem os históricos!!!!). A escola deixou de ser um espaço de concentração e de trabalho, para passar a ser um local onde os jovens são depositados e onde os professores (de quem tanto se fala agora, como os responsáveis de tudo e de nada...)fazem o possível e o impossível para descobrirem o milagre de levar "todos" os alunos ao sucesso. Claro está que isso é nivelar "por baixo" e todos saem prejudicados. Sobretudo quando, desde há uns anos, o aluno e o seu encarregado de educação são soberanos. O menino disse, o menino tem razão. E ai de quem ouse argumentar o contrário. Mas disso ninguém fala e mesmo que se fale...
Quanto a essas praxes são idiotas, aqui e em qualquer parte do mundo. E também há professores idiotas. Como em todo o lado.
Para terminar, falemos de Pedro Barroso. Adoro. Já o vi na minha terra, que é a cerca de 50-60 Kms de Constância, por duas vezes e enche um palco. E, se houver sardinha assada no pão, ainda melhor!!!
a escola que devia ser o espaço para se entender a diferença, acaba por ser o local onde toda a diferença será descriminada...a vida pelos vistos é isto: a humilhação do forte perante o fraco....talvez um dia!!!
Olha, a meu ver , sempre existiram e continuarão a existir muitos Bernardos...
A história dele é o reflexo da sociedade que temos.
Não me espanta ver as crianças a fazerem isso se por exemplo quando vão com os pais no carro eles discutem e chamam nomes ao condutor do lado:-(
beijinhos
As crianças têm uma capacidade especial para serem cruéis com os mais fracos. Obviamente, existem as excepções.
Também sofri algumas provocações quando eu mais novinha: porque era baixinha, porque usava aparelho nos dentes, porque tinha borbulhas, porque as minhas calças não eram as da moda... enfim! Criancices!
Boa semana, amigo Alex! E um grande beijinho
Alexandre
Infelizmente as brincadeiras das crianças
acompanham o tempo e a vida dos adultos
E não há nada que elas façam
que não seja o exemplo que nós lhes damos!!!
Em casa, na rua, no trabalho, na escola, na televisão, no cinema, nos jogos da playstation, etc
É triste mas é a realidade...
Um abraço
Olá Alex,
Eu sempre detestei as praxes e lembro-me muito bem que no 1º ano da faculdade que fiz em Portugal, ficava fechada em casa durante o periodo em que durava. Destestava aquilo e continuo ainda hoje a destestar aquelas Humilhações.
No entanto há brincadeiras, que são bem giras e não fazem mal a ninguém, nisso tudo bem, mas há outras que não lembra ao menino Jesus...
Não conheço o caso em concreto que mencionas.
Quanto ao Tim dos Xutos, ainda bem que ele enveredou pela música, adoro ouvi-lo.
Quanto ao Bernardo, eu também tive colegas assim e há pouco tempo, numa reunião de trabalho, re-encontrei um deles.
Bem sucedido e muito seguro de si, gostei de o ver e ele gostou de me ver, também.
Segundo me disse muitos anos de terapia.
No meu blog, tenho hoje lá uma prenda para ti.
Bjo e Boa Semana para ti.
Praxes...um tema que aqui falámos há algum tempo; se a memória não me trai e não levarás a mal o possível engano, creio que foi neste teu cantinho. Algo que envolve tanto da condição humana, na sua parte negativa. Há quem não pense assim, claro, mas cada um "na sua"...
Quanto aos nossos amigos de infância e do tempo de estudantes, uma pena irmos perdendo o contacto ao longo do tempo mas a Vida é assim... neste caso, e se tiveres vontade de rever esse teu amigo Tim, dos Xutos - costumo jogar ténis com um dos elementos do grupo - seria fácil arranjar-te o telefone dele, caso o desejes.
Mais uma música tão agradável, Tonight, que aqui tens e que, por acaso, faz parte também dos meus gostos. Agradeço a tua disponibilidade quando às músicas antigas, portuguesas e que também aqui tenho algumas. Sempre tão bom recordar... Hoje vou colocar numa playlist nova - Roger Waters, In the Flesh - que é um mimo ouvir, para quem goste, claro...Estás convidado, embora não necessites de convite, claro ! :)
Abraço para ti, Alexandre :)
o´¸. o´¸. ´¸. o´¸.
o´¸. o´¸. ´¸. o´¸.
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…•:::::•…
(` ~ ' ~´)
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|__|__| Vim te desejar|__|__|_
_|__|__ um MAGNÍFICO |__|__|
|__|__|__|__ DIA!!! _|__|__|
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o´¸. o´¸. ´¸. o´¸.
Com muitas energias positivas
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Eu até estou convencida que essas barbaridades só continuam a fazer-se ,porque a maioria dos caloiros a quem as fazem, têm medo de o denunciar. Porque se essas práticas fossem denunciadas por todos os alunos, elas , certamente, deixavam de ser hábito.
Eu não concordo com coisas destas!
boa semana
Oi Alex!! Hoje vim apenas dizer que voltei :)
Beijinhos e uma semana muito feliz
A nova aldeia da Luz,
tem casas modernas
que imitam a tradicional
linha arquitectónica alentejana.
A planta da vila
é muito ordenada,
estilo ortogonal (com ruas e avenidas perpendiculares)
e é fácil perceber que foram feitas de encomenda.
Assim nasceu uma nova aldeia, neste belo País à beira-mar plantado.
ALEXANDRE:
Uma dúvida me atormenta: será que os habitantes desta nova aldeia são felizes, na sua vida diária, com uma mudança tão radical nas suas vidas próprias?
Que achas? dá o teu parecer.
Boa semana.
Beijitos.
coisas q saem da minha compreensão
Nunca achei muita graça a praxes... e quando entrei para a faculdade faltei as aulas nos primeiros 15 dias para que não me metessem nessas brincadeiras estupidas.
Já tantos falaram de tanta coisa que não me vou repetir, o acesso à net onde estou agora é reduzido e o tempo limitado, ando atrasada na leitura e na escrita mas vou dando uma vista de olhos.
Almada é? Pois, até o Durão Barroso :) cuja madrinha ou tia morava na Rua das Capas Negras. Ainda andaste naquele liceu que foi provisório durante quase 25 anos? :) Um dos primeiros liceus mistos para que saibam :)
Beijinhos
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