sexta-feira, 27 de abril de 2007

O CÃO PRETO MORREU ...

Não tinha nome! Era o cão preto! Não tinha dono! Alguém o abandonou ainda muito novo! Mas foi adoptado por todos os que viviam na praceta por onde ele quase sempre se arrastou... E digo arrastou porque sempre me lembro dele com uma deficiência nas pernas traseiras, talvez por ter sido atropelado, talvez reumático, não sei!

A idade dele também ninguém sabia ao certo mas seguramente já teria mais de 12 ou 13 anos. Era preto, de porte médio/grande, de raça indefinida, não abanava a cauda (também não teria muitos motivos para isso!) mas tinha algo que cativava as pessoas, talvez por ser muito manso ou pelos olhos pretos enormes que nos fixavam demoradamente quando íamos a caminho dos nossos carros ou ao café do sr. António.

Tinha amigos especiais: além das pessoas que lhe faziam festas, lhe punham um cobertor ou um cartão grande no Inverno para ele se deitar, que lhe davam comida e água limpa, havia inúmeros gatos (curiosamente todos pretos) que partilhavam com ele a vida de sem-abrigo. Gatos que tinham tanta intimidade com ele que procuravam o seu regaço para ronronarem aconchegados (ver foto).

Nos últimos dias o cão preto piorou bastante e quase não conseguia andar. Tinha o hábito de se deitar ao redor dos carros estacionados na praceta. Quando eu saía com o carro não havia vez nenhuma que não desse a volta para me certificar que ele não estava encostado às rodas ou à sombra do carro... mas nem todos tinham esse cuidado. E uma vizinha apressada para levar os filhos à escola acabou por atropelá-lo. Ainda o levámos a um veterinário embrulhado num cobertor mas o seu sofrimento era muito... e a idade também... não havia nada a fazer...

Os gatos pretos ficaram orfãos, os outros cãezitos que aparecem por aqui e se davam bem com ele também. E a minha praceta ficou mais pobre...

42 comentários:

Olga disse...

Adoro animais e fico muito sensibilizada com estas histórias.Na minha rua há, pelo menos, 13 cães abandonados. Mas por aqui são bem tratados.Há uma vizinha minha que é como eu e dá comida aos animais.Eu também dou.
Quando chegar o Verão, o número de cães vai aumentar para que os donos possam ir de férias! É muito triste!
Bjs.

p.s.Ainda não respondi ao seu mail, mas assim que tenha mais um tempinho responderei.

Pekena disse...

Fiquei assim ----> :(

Adoro cães, são únicos e muito especiais. São uma grande companhia e sempre fiéis. Mas pronto, a vida é assim mesmo, ele também já tinha alguma idade e secalhar já não tinha tanta atenção aos perigos :(

Agora, só te resta guardar as boas recordações dele. Mas a praceta não ficou pobre, os gatos estarão lá para alegrar a praceta.
Achei muito bonito e fiquei comovida com a foto.

Eu tenho uma nina pequenina que gosto muito, também toda pretinha. Um destes dias eu coloco lá a foto dela.

Espero que tenhas um bom fim-de-semana,
Super beijinhosss ******

sonhadora disse...

Triste! Ternurento!
Um fim de semana de sonho.
Beijinhos embrulhados em abraços

Linda Paixão disse...

Emocionei-me com este post... e para dizer a verdade, outra coisa não esparava desde o dia em que disseste que o tinhas feito...
O "cão preto", tenho a certeza que te agradece por tudo o que lhe fizeste, pela atenção, pela preocupação...
Quando o meu Sleepy (o meu primeiro cão) morreu, alguém me disse que o que interessava era que eu tinha contribuido para ele ter sido feliz enquanto foi vivo... e isso aconchegou-me um pouco o coração.

Mas não consigo deixar de pensar na forma como o "cão preto" morreu... não consigo mesmo...
Se calhar, ainda hoje ele poderia estar enroscadinho com um dos gatos... Não digo que nada tenha sido de propósito, mas custa saber da forma como aconteceu... As pessoas vivem na pressa, sem dar atenção ao que os rodeia...

Opah, não consigo dizer mais nada... resta-me dizer ao cão preto que ficará na minha memória, mesmo sem o ter conhecido.

Beijos grandes grandes para ti, e um óptimo fim de semana***

Pekena disse...

Espero que te divirtas por lá. Essa gostei, achei tão engraçado!

Bom fds:D

Super beijinhossssss****

Andreia disse...

Oh!
Que pena!

Tadinho do cãozinho!

un dress disse...

chorar.

os animais pra mim são seres misteriosos, talvez anjos!

também eu os alimento e lhes dou guarida e amor.
e com frequência me sinto do mesmo lugar que eles!

...

gostei muito do que dizes aqui desse cão negro...
(tenho uma cadela assim, negra, que adoptei, mais pequena.chama-se pulga.)

beijO alexandre :)

belakbrilha disse...

Coitado do cão preto!
Mesmo abandonado tinha o carinho de alguns...
Quantos sem abrigo andam por aí?
Tal como o cão preto?
Quem olha?
Quem cuida?
Quem dá um carinho?
Quem dá um simples sorriso?
Já que não existe mais nada para se dar?

Fico triste!
Pelo cão preto, e por todos os "cães pretos humanos" que se arrastam por aí..
Que ninguém olha que ninguém vê!

bj...e um bom fim de semana!
Gostei de estar aqui e gostei de ver sensibilidade...humanidade!

SONY disse...

Que foto engraçada...e como alguém disse ainda existem os gatinhos :-)
Talvez o cãozito agora esteja em paz...
Um bj Sony :-)

Magri disse...

Fiquei emocionada ao ler a tua descrição do cão preto. E, no entanto, cães como este são às centenas ou aos milhares, deixados à sua sorte por gente que, de humanos só têm o nome.
Não é só desumaninade, é ingratidão, já que eles (os cães), têm uma dedicação sem limites aos seus donos: conheço várias manifestações dessa dedicação (diria mesmo amor): cães que ficam depressivos e deixam de comer quando os donos se ausentam, e até uma cadela que, sem estar doente ou ser velha, morreu dois meses depois do falecimento da dona (de desgosto e saudades, presumo).
Mas nós continuamos a pensar que somos superiores... como se a racionalidade fosse o único aspecto importante...

Um abraço e bom fim de semana.

Shelyak disse...

Não tenho qualquer problema em chorar, pelo simples facto de ser homem mas muito raramente me acontece. Formas de sentir, creio...No entanto, tenho dolorosamente presente as duas últimas vezes que tal aconteceu e em ambas estava sózinho...a primeira, em 6 de Setembro de 1997, no preciso momento em que se ouviu a voz do seu amigo Elton John entoando a despedida da Princesa Diana na catedral de Westminster. A segunda foi quando lia a parte final do livro Marley & Eu, a história de um labrador adoravelmente travesso, em que foi necessário pô-lo a dormir, depois de uma vida intensa e feliz. Nessa altura, olhei para o meu cãozinho, um adorável (aos meus olhos, pelo menos) golden, e senti saudades dele. Tinha então um ano e pouco meses. Hoje tem pouco mais de ano e meio. Nessa altura - e pode parecer disparatado - senti todo o peso da mortalidade, não apenas por ele mas também por mim e por todos os que me rodeiam. Foi terrível. Passaram-se vários dias antes que esta sensação se fosse amortecendo. Mas continua tão fortemente gravada no meu espírito...:(
Sabe bem andar pelo teu blog... Abraço...

Linda Paixão disse...

Grande música a que tens hoje no blog! Grande Zeca!
Vou visitar o site de onde pões as músicas, não conheço, e talvez encontre lá qualquer coisita que faço mudar o som do meu cantinho.
Beijos***

turbolenta disse...

O cães são animais muitos espertos. Se esse cão preto habitava aí a praceta era porque se sentia bem, porque era acarinhado e lhe davam comida.E se tinha 12 ou 13 anos, também já não devia ter, em condições normais, muito mais tempo de vida.
Dizem que cada ano de vida de um cão equivale a 7 de uma pessoa.
Triste morte a do animal. Não bastava a vida que teve, senão o sofrimento para morrer.
Lembro-me de o meu avô contar que uma vez teve um cão "o Farrusco".Andava com o meu avô para todo o lado. Na altura poucos carros havia. O transporte era feito , essencialmente, em carroças, puxadas por cavalos ou mulas.Então, o meu avô saiu da aldeia e veio aqui para os lados da Golegã e o bicho também veio.Entretanto, desapareceu...
procurou-o, mas nada!....
Pegou na carroça e foi-se embora todo triste.
Passados uns 15 dias, sentiu arranhar na porta de casa. Foi ver.
Era o animal. Tinha andado entre 80 a 100 km para ir ter com o dono.
Estava deitado no chão.O focinho entre as patas. A ohar para a porta, o olhar triste...
Quando abriram a porta ficou tal como estava.Não se conseguia sequer levantar.
Estava magro e faminto.
Mas tinha finalmente encontrado o dono!
E o meu avô disse que se agarrou ao animal a chorar.
bom fim semana

Zeca Paleca disse...

Eu tenho sete cães dos que ladram. Agora dos que não ladram tenho muito mais.
Grande ALexandre: Já reparaste que o ÚLTIMO CARRO resolve todos os problemas?
Não?!

Então espero a tua cordial simpatia e inteligência máxima para comentares o ÙLTIMO CARRO no

http://lusoprosecontras.blogspot.com

eheheheheh

Cristina disse...

Oh tadinho do cão preto! Mas uma coisa é certa, tinha chegado a hora dele...

Tem um bom fim de semana, beijinhu
:)

Já tenho saudades de ti lá no meu cantinho, que se passa, estás zangado comigo? :(

Shelyak disse...

Aiiiiiiiiiiiiiiiii No comentário que deixei acima chamei Catedral à Abadia ! As minhas desculpas...:(
A propósito do teu texto e das recordações que me trouxeram, acabei por fazer um post em que faço referência ao teu blog e ao comentário que aqui deixei. Espero que não te importes.
Aqui fica mais um abraço.

Esperança disse...

Realmente o que relatas tem muita sensibilidade! Também eu adoro cães e os que pela minha casa têm passado são sempre adoptados! Relativamente ao cão da tua praceta penso que por muito que custe, porque todos ganharam afecto pelo bichinho, foi melhor morrer infelizmente não foi por já ser velhinho mas ele andava a sofrer e assim acabou o sofrimento desse inocente bichinho!!
Não sei se tens condições para ou se até já tens, mas sempre podes adoptar um na União Zoófila em Sete Rios todos eles são amorosos têm um olhar ternurento e a pedir um amigo que os leve para um lar!

Esperançadas Saudações*****

Anónimo disse...

Excelente tema de Zeca Afonso!

Um abraço

Anónimo disse...

sao como nossos amigos. passam alguns momentos connosco, mas acabam por nos marcar de forma mais profunda do que certas pessoas. se reflectirmos nisto,percebemos que os animais também sao seres vivos e, mais do que isso, importantes na nossa vida diária.

Sei que existes disse...

Bem... fiquei muito comovida ao ler o teu post. Adoro animais! E sou daquele tipo de pessoas que muitas vezes digo que quanto mais conheço os homens mais gosto dos animais!
Nunca consegui entender como é que é possivel haver quem abandone esses seres como se fossem objectos que já não interessam e por isso podem-se deitar fora! Não consigo entender essa falta de sensibilidade e abundancia de maldade dos seres humanos...
Quando era mais nova e vivia com os meus pais, também tinhamos um cão que consideravamos ser de todos nós (o pessoal do bairro)e por isso todos o cuidavamos como nosso. Morreu de velho e julgo que esse, o Bolinhas, foi bem mais feliz que o cão preto...
Espero que o cão preto tenha agora o seu descanso/felicidade merecida, e que os outros animais que ficaram orfãos, consigam ser mais felizes nesta sua passagem por esta vida.
Beijos

Lusófona disse...

Oi Alex!!

Curioso esse post... hoje por um momento pensei no meu cão.. quando chegasse o momento da despedida...algumas lágrimas caíram, mas logo forcei outro pensamento....

Beijinhos amigo

Patrícia disse...

:'( Porque é que ninguém o adoptou?

O meu gato preferido (neste momento tenho 5, às custas de não conseguir vê-los doentes na rua e não fazer nada) foi atropelado quando ainda nem um ano tinha. Tentaram esconder-me, mas acabei por descobrir. Fiquei arrasada. Preferia que tivesse sido roubado por ser tão meiguinho.

Coitadinho do cãozinho e dos amigos... :(

Catarina Alves disse...

Agradeço a tua visita ao meu blog...

e hoje venho-te convidar para passares por lá, porque hoje faz 1 aninho.

Nani

Páginas Soltas disse...

Fiquei bastante sensibilizada com a história do cãozinho!

Fui á janela... espreitar o meu Òscar... não tem licença para entrar em casa ( é um verdadeiro diabrete) de carinho e bem alimentado não se pode queixar!
Cá em casa... não nos referimos a ele como o cão para aqui...o cão para ali... falamos dele como se pertencesse á familia..ou fosse um de nós...
Já faz parte do agregado familiar :)

Um bom Domingo

Beijinhos da

Maria

Páginas Soltas disse...

Ahh...Alexandre...obrigada pela tua opinião acerca da sugestão da menina_marota...

Já está tudo a ser tratado... não coloquei porque não sabia os links... deixando ficar apenas o nome onde os poderiam ir ouvir!

Obrigada meu amigo

Beijinhos da

Maria

Maria disse...

Se calhar há um tempo pra tudo na vida, não é?
Se calhar... há....

Bom domingo

Unknown disse...

Que história triste... Mas certamente o cão preto levou alguma felicidade com ele e deixou boas memórias em todos.

Alexandre, adorei a música!! Adoro essa música!!!

Beijinhos

Menina Marota disse...

Logo hoje que resolvi contar a história da minha Rita, que hoje é feliz e mimada, leio esta tão triste!

Adoro animais e já por diversas vezes consegui recolher cães da rua e arranjar-lhes dono. Se fores ler nos arquivos do meu blogue tens lá relatos desses meus amigos.

Se soubesses como lamento a crueza de certos humanos em abandonar os seus mais fiéis amigos!! Eu era incapaz!! Prefiro não ir de férias mas spu feliz com a Rita e o Sting (os meus cães) o Hugo (papagaio) O João e a Joana (agapornes) e cinco peixes... estás a ver-me ir de férias? Nãoooooo....

Beijo e bom fim de semana ;)

Mário Margaride disse...

Olá!

Obrigado pela visita ao Canto poético, e pelo comentário.

São sempre histórias tristes.
Quando os animais são abandonados na via pública. Saõ ali despejados, seja em que sítio for, sem qualquer punição.
Quem faz essas barbaridades com os animais deveria ser punido. Como já acontece em muitos países.
Mais me chocou ainda, porque também tenho um cãozinho. E isso revolta as pessoas!

Enfim...esperemos que haja de futuro responsabilidades para que comete estes actos.

Bom Domingo!

Um abraço!

Anónimo disse...

Venho aqui sempre na esperança de encontrar novas e bonitas fotografias, porque tudo, mas tudo, é lindo, duma grande beleza, um verdadeiro prazer visitar este blogue. Mas desta feita a situação é dramática, enfim, coisas da vida. Até breve e boa semana.

Eme disse...

Um analogia com o que acontece a muitos seres humanos, sem abrigo, espalhados pelo mundo inteiro. Dá que pensar esta foto.. nXn

sonhadora disse...

Um domingo cheio de sonhos.
Beijinhos embrulhados em abraços

Anónimo disse...

Se os animais abandonados inspiram de todos nós tanta compaixão, então quanto mais nós, membros da sociedade da abundância, culpar por tantos seres humanos que não conseguem nunca obter os direitos humanos essenciais. Pensem nisto...!

Juℓi Ribeiro disse...

Alexandre:

Que bom que ainda
existem pessoas
no mundo como você.
Que são capazes
de se sensibilizar
com o abandono
e sofrimento de um animal...
Maltratam seres humanos!
Imagine como são tratados
os nossos animais???

Fiquei muito triste...
Deixo para você
um pensamento que adoro:
SE TODO ANIMAL
INSPIRA TERNURA,
O QUE HOUVE,
ENTÃO COM OS HOMENS?
(Guimarães Rosa)
Um abraço carinhoso.*Juli*

Luís Galego disse...

não abanava a cauda (também não teria muitos motivos para isso!)...tal como nos humanos, uns têm a vida mais faciltada do que outros....vamos lá perceber porquê!!!

Teresa David disse...

Uma história comovente da generosidade e lealdade dos animais, com os quais os humanos poderiam aprender tanto!
E o gatinho preto parece mesmo o meu Tição.
Bjs
TD

Su disse...

triste.............

jocas maradas

Cristina disse...

Estive fora no fim-de-semana e só agora consegui vir visitar-te.

Adoro animais... se pudesse adoptava todos os que, por qualquer razão, vêm ter à minha porta; mas não posso. Os 2 cães que tenho (bem como os 2 anteiores que tive e que morreram) são adoptados nessas circunstâncias: eram cachorros abandonados.

A tua história está excelente... fiquei comovida. Beijinho

Gio disse...

Pobre bichinho.... não merecia um final assim....

as velas ardem ate ao fim disse...

Sem palavras.Fico me pelas lagrimas.

Obrigada pela sensibilidade

Filoxera disse...

Todos havemos de chegar ao fim, mas todos lamentamos os fins a que assistimos. Nem que seja de um cão desconhecido...

Filoxera disse...

Todos havemos de chegar ao fim, mas todos lamentamos os fins a que assistimos. Nem que seja de um cão desconhecido...