«A PAIXÃO DE CRISTO» EM TEMPO DE PÁSCOA

Acabei de ver «A Paixão de Cristo» na televisão. Quando o polémico filme de Mel Gibson estreou no cinema em 2004 não cheguei a vê-lo, portanto, agora foi uma oportunidade para confirmar se o exagero da violência com que caracterizaram o filme tinha razão de ser.

Não vou aqui debruçar-me sobre a veracidade dos factos, até porque não tenho conhecimentos históricos para o fazer (e alguém terá?), simplesmente acho que o filme serve para reflectir sobre a «missão» da Humanidade, se é que a Humanidade tem alguma missão!

A verdade é que a história do Homem tem sido construída ao longo dos milénios com uma violência extrema (para os nossos parâmetros actuais) - e acho que nos últimos anos nos países ocidentais se vive num autêntico paraíso, se comparado com tudo o que está para trás! Contudo, a violência desses tempos não será muito diferente da violência sobre os escravos, sobre alguns povos na II Guerra Mundial ou até a violência que se está a viver no Iraque neste momento, e noutros pontos do Globo, por exemplo.

O Homem é a única espécie que se auto-destrói em massa e organizadamente - a reprodução dos humanos é que consegue ser superior à sua destruição. Mas nem sempre foi assim: épocas houve em que a população mundial regredia, mercê de guerras endémicas e de epidemias devastadoras. A história de cada uma dessas almas que sucumbiu sem deixar história é impossível de contar, resta saber qual a missão da Humanidade: será que valeu a pena, será que vale a pena, será que valerá a pena? Se calhar a designada Páscoa era uma boa altura para pensar um pouco nesta falta de sentido da Humanidade... A Terra agradecerá quando o Homem desaparecer da sua face...