Li a notícia divulgada pela Comissão para a Cidadania para a Igualdade de Género e nem queria acreditar. Às 39 mulheres assassinadas pelos maridos, companheiros ou namorados em 2006, há que juntar mais 43 que ficaram gravemente feridas!Mas, afinal, em que século e em que país estamos, pergunto eu? E perguntaremos muitos de nós, homens ou mulheres. E quais as sanções que sofreram esses agressores? Possivelmente poucas ou nenhumas pois pouco mudou desde os anos 60, época em que o marido até tinha alguma «legitimidade» para matar a mulher!!!
Além destes números foi também divulgado que as queixas duplicaram de 2000 para cá, passando de cerca de 11 mil para mais de 20 mil denúncias! É claro que estes números são apenas indicativos pois a maioria das mulheres agredidas pelos maridos e companheiros (belos maridos, belos companheiros, safa!) não fazem qualquer denúncia com medo de represálias. Por isso, aqueles números pecam por (muito) defeito!
Conheço de perto bastantes casos de violência doméstica: num deles o marido trocou a mulher por uma colega e amiga dela, e agora que ela arranjou um namorado - mais de 3 anos depois - anda a fazer-lhe a vida negra e a ameaçá-la! Um dia destes isto vai acabar mal!
Há uns anos um casamento de pessoas aqui da minha zona durou pouquíssimo tempo, cada um seguiu a sua vida, e meses depois quando ela arranjou um amigo - nem sequer era namorado ainda - ele perseguiu os dois e matou-a a sangue frio! E quantos outros casos que dariam para encher muitos posts... E vocês, conhecem casos de violência doméstica? Graves? Ah, já agora devo acrescentar que dos registos de queixas, 87 % pertencem a mulheres e 13 % a homens! Eles também não estão a salvo mas elas são as maiores (mas bem maiores) vítimas! Até quando, pergunto eu???
33 comentários:
Violência doméstica há muito mais do que aquilo que pensamos. E, depois, há vergonha e medo de denunciá-la. Mas o que me faz ainda mais confusão é que, actualmente, se registem já casos de violência entre casais de namorados. Posso dizer que tive conhecimento de alguns. Se ainda não vivem juntos e já "molham a sopa", o que esperam aquelas jovens para os mandar dar uma volta? Será amor?!! Devem acreditar ainda na teoria do "quanto mais me bates, mais gosto de ti...". E também acreditam no milagre do arrependimento e da mudança! De facto, muda, mas para pior!
Beijinhos...
Oi meu amigo,
Infelismente é uma dura realidade, esta, a violência doméstica.
E o pior é ainda termos muitas vitimas caladas pelo terror de virem a ser mais vitimas do que já são.
Infelismente a luta contra este tipo de violências ainda está muito abaixo do que devia.
Espero sinceramente que em breve essas mesmas vitimas possam denunciar tudo e todos que as calam, que as violentam.
Desejos de bom fim de semana e uma semana cheia de paz e amor.
Xi - corações mil.
gostava de perceber o que queres dizer com:
"anos 60, época em que o marido até tinha alguma «legitimidade» para matar a mulher!!!"
E bem verdade que muitas mulheres nao apresentam queixa contra os "belos" maridos com medo de represálias... porque as represalias existem efectivamente!! E qual e a proteccao de que essas mulheres usufruem quando chega a hora da verdade?.... voltar para casa.
Podem sempre sair....claro, mas nem sempre as vidas apresentam essa simplicidade:
agressao - separacao
Nao estou a concordar com o silencio das vitimas... mas sera que tem apoio real e suficiente?
E em outros paises... a situacao ainda e bem pior! muito pior!
quando os maridos, por lei, tem o direito de por e dispor da pessoa que e a sua esposa, subjuga-la e humilha-la... e quando existe uma denuncia... onde estao as testemunhas essenciais em semelhantes casos de violencia domestica? e sem testemunhas....
ainda assim... as denuncias existem mas de pouco servem... senao para mostrar que se o homem agiu dessa forma teve certamente as suas razoes; a culpa e delas!
Nestes paises, para as mulheres que conseguem abandonar os maridos sem ter a lei do seu lado... a historia termina mal, muito mal... em grande parte dos casos.
ps.
mas que inspiracao te trouxe o caderninho...
obrigado pela tua sugestao...funciona tudo muito bem.
beijinhos
e a musica complementa lindamente o teu texto...
mas esta do outro lado da cerca... do lado feliz!
beijinhos
e bom fim de semana
Olaaa..
Meu deus, parece impossivel!!! Violencia domestica??? é preciso ser muito cobarde!! enfim...
tens razao, alexandre "ate quando???"
bjoca
Faz hoje dois anos que editei o meu primeiro post...
O que conta n�o � o que fazemos, mas o amor que colocamos no que fazemos!".
Madre Teresa de Calcut� ...
Alongo os meus bra�os e abra�o-Vos... num abra�o intemporal!!!
É uma realidade de que por vezes se faz eco mas que, rapidamente, se desvance como fumo por entre as nuvens e, as vitímas, continuam.
Bjt
Penso que, basicamente, enquanto houver falta de respeito e de argumento, haverá violência doméstica.
Beijinhos... Sem violência...
É a cobardia,é o medo,é a pressão social que obriga o homem a mostrar que o é homem, é todo um conjunto de amiúdes fraquezas que nos impinge a solidão,etc.
Mas,invariavelmente,folgo em saber que 1/3º dessas mulheres que se queixam de violência são de classe alta.
Cai por terra o mito,que só o trolha bebâdo bate na sua bardajona.
Alex,
Ontem também li essa notícia e mais uma vez senti uma profunda revolta.
Sei de dois casos em que a violência terminou no dia em que as mulheres passaram a ser também agressoras.
Grande parte dos homens só são violentos porque sabem que as mulheres são normalmente mais frágeis.
E muitas não fazem queixa porque não hà respostas suficientes para tantos casos. Onde estão os abrigos?
Depois as penas são demasiado leves, e quando eles saiem começa de novo o martírio.
Espero que a sentença recente duma mulher que matou o marido que toda a vida a tinha maltratado, seja apenas o começo de muitas outras.
Estas mulheres deviam ser condecoradas pela coragem e não metidas atrás das grades e impossibilitadas de continuar a viver e cuidar dos seus filhos.
Não quero com isto dizer que se deve andar a matar por dá cá aquela palha. Mas talvez estes homens começassem a pensar duas vezes antes de agredirem mulheres e filhos.
Beijocas e bom fim de semana.
Infelizmente a minha infância foi muito má, pois toda a minha vida a minha mocidade o meu pai bateu à minha mãe.
Houve uma vez, tinha eu 5 anos que ele apontou uma faca de mato a ela, o que lhe salvou foi uma vizinha que se pôs à frente.
Passado 25 anos a minha mãe separou-se dele.
É assim a vida de certas pessoas, eu sei dar o valor.
Beijinhos!
Um texto muito actual e bem escrito, como sempre, Alex.
Realmente, até quando?? Falam, falam...mas os resultados nem sempre aparecem...
Enfim...
Bom fim de semana.
Beijos e abraços
Marta
Indice de violência contra mulheres: 98%
Indice de evolução da espécie humana: 0,00%
E a vida é assim:
Segue a frente a mão mais forte
já que a fraca se reprime
Somos iguais a boi de corte
à espera de outro crime...
Um beijo
Vim deixar um abraço com o desejo de um bom fim-de-semana. Tema sensível e dramático, que apreciei no conteúdo exposto.
� hoje o grande dia!!!
Vamos todos saber em quais 7 belezas do Mundo recaem as nomea�oes, numa festa que se preve de grande sumptuosidade. Os convidados tambem sao 5 estrelas e, adoraria estar mais perto do Joaquin Cortez, para vibrar com o seu sapateado e nao so...
No entanto, seja qual for a classifica�o final, h� um dos monumentos que est� a vota�o, que adoro: o Taj-Mahal, na �ndia. Ser� sem d�vida, um sonho para mim estar ali, fisicamente defronte dele, um dia...o Taj Mahal, sera para todo o sempre um lagrima solitaria no tempo.
Continuo a divulgar os meus passeios pelo Alentejo, a ultima reportagem fotografica foi de Moura.
Beijitos.
Bom fim de semana.
Andas fugido do kalinka???
Ola Alexandre,
Infelizmente são numeros gritantes.
Também eu conheço alguns casos de violencia domestica, e em que nada ou quase nada fizeram...
Um Beijo Sentido e Silêncioso
O egoísmo extremo que remete à aceitação de uma única opinião, maneira de pensar/agir, etc., e onde qualquer contradição é tida como uma afronta à autoridade imposta por uma única pessoa.
Até quando? Pensando de forma extremista (mas talvez aceitável), até sempre.
*
até ao dia em que as pessoas arrumen as suas cabeças e deixemos de nos comportar como animais. a propriedade humana sobre outra pessoa não existe, se isto se palica a um casal também se aplica aos pais e seus filhos, quantas vezes vejo este mesmo cenário em pais que consideram que os filhos são seus, sua propriedade? o mesmo acontece entre os casais, afianl casamento não significa propriedade...sofialisboa
Sabes qual foi a frase que me ocorreu quando acabei de ler o teu post?
"Sempre foi assim e assim será". Reconheço que é uma frase derrotista, mas temo que seja verdadeira....
Contra a violência doméstica, a revolução das idéias. Achas possível?
muito trite...
vem ver a luz das minhas nuvens...
1 beijo para ti
As agressoes começam nos namoros da adolescencia. Eles "aprendem" a ser controladores, elas acham que aquilo é normal!
Uma das minhas amigas de liceu, o comapnheiro agride'a. Quando a confrontamos com este facto, ela protege'o, dizendo que ele tinha motivos e RAZAO para tal!
Os numeros reais são assustadores, cada dia a violencia aumenta, o meu lamento...
Grata pelas visitas tão carinhosas...
Doce beijo
Trinity
Tens razão, muitas mulheres «protegem» os homens que as maltratam, algo que eu ainda não consegui perceber mas excelente assunto para um post no futuro. Conheço inúmeros casos destes, e talvez conte alguns!!!
Obg pela visita! Um abraço!!!
É assustador.
O que me angustia, entre muitas coisas, é esta questão: "Será que mudam, ou que nunca os chegamos a conhecer realmente?"
=/
Números preocupantes e sempre em crescendo. Acredito que as queixas existentes não expressem convenientemente esta dura realidade. Calam-se por medo de represálias, porque muitas não têm apoio e ainda há uma grande vergonha de expôr a vida privada. No íntimo algumas pensam (porque lhe é incuutido pelo agressor) que a culpa é sua.
Lamentável.
Beijinho e bom domingo
Uma questão de educação. Denunciar é uma responsabilidade de todos.
Cumps
o animal homem ainda têm que evoluir para atingir a plena cidadania, infelizmente!!!
Todo o tipo de violência, seja ela de homem para mulher ou o inverso, é baixo e irracional; do homem relativamente à mulher, acrescenta a cobardia pois aproveita-se da sua normalmente superioridade física. Relativamente a crianças, igual.
Um crime de animais!
Como dizes e bem, Alexandre, assim tem sido, assim é e assim continuará a ser. É assim a condição humana :(
violencia domestica é, antes demais, uma grandessissima falta de educação e respeito pelo proximo!
*beijinhos*
Os agressores julgam-se os "mais fortes... os mais valentões" porque batem nelas..... estão enganados.... ELES SÃO OS COBARDOLAS, ISSO SIM!!!
Mas existe muita violência doméstica "encoberta"... e que muitas vezes, nem as próprias vítimas se apercebem que o estão a ser... pois julgam determinadas situações... "normais" no casamento e "aguentam" tudo...
Mas quero ainda referir, um aspecto que julgo ser importante.... a violência doméstica... não é só a violência física.... há outras formas, igualmente, de violência doméstica... a psicológica... a verbal.... as humilhações... etc.... não se fique a pensar... que só é violência doméstica as agressões físicas.... por vezes... as nóduas negras no corpo... com o tempo até passam.... mas mais difícil de passar... são as nóduas negras na alma..... essas, para mim, são as mais dificeis de cicatrizar.....
Eu tenho conhecimento de alguns casos bem graves... conheci alguns dessas mulheres.... dei-lhes uma palavrinha de coragem.... simplesmente as abraçei..... e disse-lhes....LUTEM PELA VOSSA DIGNIDADE.... NÃO DEIXEM QUE NADA, NEM NIGUÉM.... VOS MAGÕE.... e elas sentiram-se, pelo menos, por instantes, mais fortes, mais corajosas... quem sabe, se para darem o primeiro passo..... rumo à "liberdade"....
Também existem homens vítimas, em muito menor número é certo... mas aqueles que têm a coragem de se assumirem como vítimas de violência doméstica... são grandes heróis.... pois ao assumirem-no publicamente... são duplamente vitimizados....
Quem quizer dar um pouquinho do seu tempo, em termos de voluntariado, ajudando vitímas de violência doméstica... contactem a APAV - Drª Luísa Valdher... eles precisam muito de voluntários... mulheres, homens.... pessoas que possam de alguma forma ajudar....
Beijo florido da Flor
Eu por acaso não conheço nenhum caso de violência doméstica. No entanto, acredito que haja muitos e muitos mais casos para se desvendar. Desde há relativamente pouco tempo, que este tipo de problemas é que começam a ser um pouco mais clarificados, assim bem como as ajudas sociais que poderão ser proporcionadas às vítimas.
Até então, viviamos numa sociedade fechada em que os casamentos tinham que durar uma vida interia, fosse lá de que maneira fosse, pois era vergonhoso para uma mulher ficar sozinha.
Hoje em dia, as pessoas já têm uma maior autonomia e já começam a ser capazes de denunciar ou assumir o divórcio.
Para mim, a pessoa que é capaz de bater a 1a vez, volta sempre a cair na tentação de bater uma 2a, 3a e por aí adiante.
Bom tema Alex! Isto dava muito que falar.
Beijocas grandessssss*****
Como é que é possível? Tantas vezes as vítimas são forçadas a abandonar as suas próprias casas, as vezes até são "evaporadas" para outro local, tendo de reconstruir as suas vidas do nada, por qusetões de segurança...
Ola... Devo aplaudir o tema escolhido pois realmente há que acordar para a realidade...
Tenho 20 anos e ja fui agredida violentamente por um ex namorado ao que respondi, vergonhosamente, com mais violência ainda. Venho como ser humano, ser racional (por vezes) dizer que em nada, a violência, nos leva a lado nenhum... Ja lá vai um ano e por mais tempo que passe são rasgos que ficam em nos... Não me condecoro pelo que fiz contra o meu agressor, agredindo-o também, mas na altura nao vi qualquer outra saída porque quem sabia calou-se e nunca me ajudou... Consegui afastar-me fisica e psicologicamente e é verdade que muitas vezes as vitimas estão "viciadas" nos agressores... Não me via sem aquele homem... Conhecemo-nos muito meninos e desde essa altura até ao fim da relação foi tudo muito forte entre nós, o que distorceu, nao raras as vezes, a realidade em que nos encontrávamos, ou seja, o fim de algo que já não dava mais por falta de respeito...
Obrigado:)
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